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Prematuridade: sinais, causas e formas de prevenção

19 de novembro de 2025

A gestação humana completa costuma durar entre 37 e 42 semanas. Quando o bebê nasce antes da 37ª semana de gestação, ele é classificado como prematuro ou pré-termo. No Brasil, mais de 12% dos nascimentos ocorrem antes desse marco, o que representa cerca de 300 mil a 340 mil bebês por ano. O país está […]

Prematuridade: sinais, causas e formas de prevenção

A gestação humana completa costuma durar entre 37 e 42 semanas. Quando o bebê nasce antes da 37ª semana de gestação, ele é classificado como prematuro ou pré-termo. No Brasil, mais de 12% dos nascimentos ocorrem antes desse marco, o que representa cerca de 300 mil a 340 mil bebês por ano. O país está entre os dez no mundo com o maior número de nascimentos prematuros.

Esta realidade tem múltiplas consequências. Os recém-nascidos prematuros, dependendo da idade gestacional em que nasceram, podem apresentar órgãos imaturos, baixo peso, maior risco de infecções, internações prolongadas em UTIs neonatais, além de maior probabilidade de sequelas motoras, neurológicas, respiratórias ou metabólicas de médio e longo prazo.

Sinais de alerta

Para que se possa reconhecer situações de risco ou agir de modo a reduzir impactos, é importante estar atento aos seguintes sinais durante a gestação e no recém-nascido:

Durante a gestação:

  • Contrações antes da 37ª semana, mesmo que leves ou intermitentes;
  • Rompimento prematuro da bolsa sem trabalho de parto iniciado (conhecida como ruptura prematura das membranas;
  • Sangramento ou dor uterina inexplicada;
  • Diminuição ou suspensão dos movimentos fetais;
  • Infecções maternas (como urinárias ou genitais), hipertensão, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional;
  • Gestação múltipla (gêmeos, trigêmeos etc);
  • Intervalo muito curto entre gestações ou gravidez em idade materna muito jovem ou avançada.

No recém-nascido:

  • Peso muito baixo para a idade gestacional (por exemplo, abaixo de 1.500 g nos muito prematuros);
  • Dificuldade respiratória, como respiração rápida ou esforço;
  • Manutenção da temperatura do corpo difícil (hipotermia);
  • Alimentação difícil ou ingestão reduzida;
  • Maior suscetibilidade a infecções;
  • Possível necessidade de cuidados intensivos neonatais.

Esses sinais não significam automaticamente que haverá complicações graves, mas indicam a necessidade de acompanhamento especializado e preparo adequado para minimizar riscos.

Causas e fatores de risco

Entender as causas e fatores de risco ajuda a direcionar ações mais eficazes. A prematuridade tem múltiplas origens: algumas podem ser modificadas, outras não, e geralmente interagem entre si.

Fatores maternos ou gestacionais:

  • Infecções maternas, doença placentária, má formação uterina, insuficiência istmo-cervical;
  • Hipertensão crônica, diabetes, desnutrição ou anemia materna;
  • Gravidez múltipla ou fertilização in vitro (que aumenta risco de múltiplos);
  • Ruptura prematura de membranas ou trabalho de parto espontâneo antes da 37ª semana;
  • Idade materna muito jovem (adolescente) ou avançada, e intervalo curto entre gestações;
  • Estilos de vida: tabagismo, abuso de álcool ou drogas, baixo nível de escolaridade, condições socioeconômicas desfavoráveis.

Fatores associados ao contexto socioeconômico e de saúde:

  • Acesso limitado ao pré-natal de qualidade ou início tardio das consultas;
  • Falta de educação sobre cuidados gestacionais, nutrição e risco materno-fetal;
  • Desigualdades regionais: por exemplo, o boletim do Ministério da Saúde mostrou que, entre 2012 e 2022, a Região Norte apresentou as maiores taxas de prematuridade no país.

Como prevenir

Prevenir não significa garantir que todos os nascimentos ocorram após as 37 semanas, pois há situações que fogem ao controle. Mas significa reduzir o risco, melhorar o acompanhamento e favorecer melhores desfechos para os bebês que nascem antes do tempo.

  1. Início precoce e qualidade do pré-natal

Garantir que a gestante tenha acesso a consultas antenatais regulares, com início até a 12ª semana de gestação, e que todos os exames previstos sejam realizados. O acompanhamento adequado permite identificar e tratar infecções, controlar hipertensão, diabetes, anemia e monitorar o crescimento fetal.

  1. Promoção de estilos de vida saudáveis

Incentivo à nutrição adequada, cessação do tabagismo, abstinência de álcool e drogas ilícitas durante a gestação, orientação sobre repouso ou atividade física moderada conforme indicação médica. Reduzir fatores de risco modificáveis contribui para menor chance de complicações.

  1. Planejamento familiar e intervalos entre gestações

Assegurar que a gestação ocorra em momento adequado, com suporte para mulheres adolescentes ou em idade materna avançada, e que haja intervalo suficiente entre uma gestação e outra para recuperação materna.

  1. Estratégias para cuidados de risco

Nos casos identificados com risco aumentado (gestação múltipla, malformação uterina, placenta prévia, etc.), o acompanhamento deve ser mais intensivo, com possível encaminhamento a maternidades de referência, e adoção de protocolos para antecipar ou tratar complicações.

  1. Educação e políticas de saúde pública

A consciência social sobre prematuridade ainda é relativamente baixa. Por isso, campanhas como o Novembro Roxo, realizado ao longo de todo o mês e especialmente lembrado no Dia Mundial da Prematuridade (17 de novembro), são fundamentais para sensibilizar a população e fortalecer políticas de atenção materno-infantil.

  1. Evitar intervenções desnecessárias de parto prematuro

Quando possível, respeitar o tempo mínimo gestacional, evitando cesarianas ou induções de parto sem indicação clínica, para que o bebê tenha tempo adequado de desenvolvimento intrauterino.

 

 

 

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Falar sobre o exame de toque salva vidas: é hora de quebrar o tabu

Falar sobre saúde masculina ainda é um desafio, e um dos maiores tabus nesse tema é o exame de toque retal. Apesar de rápido e fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, muitos homens ainda o evitam por medo, vergonha ou preconceito. Entender o que está por trás desse receio é essencial para […]

Falar sobre o exame de toque salva vidas: é hora de quebrar o tabu

Falar sobre saúde masculina ainda é um desafio, e um dos maiores tabus nesse tema é o exame de toque retal. Apesar de rápido e fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, muitos homens ainda o evitam por medo, vergonha ou preconceito.

Entender o que está por trás desse receio é essencial para mudar essa realidade e fortalecer a cultura do cuidado preventivo.

O que é o exame de toque e por que ele é tão importante

O exame de toque retal é um procedimento simples, realizado por um urologista, que permite avaliar o tamanho, a forma e a consistência da próstata. Ele dura poucos segundos e, quando feito com técnica e cuidado, não causa dor, apenas um leve desconforto.

Mesmo com o avanço de exames complementares, como o PSA (antígeno prostático específico), o toque continua indispensável. Isso porque o PSA pode estar normal mesmo em casos de câncer de próstata. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 15% dos casos podem não apresentar alterações no PSA, o que reforça a importância do exame físico como método de confirmação e prevenção.

Detectar o câncer de próstata em estágio inicial aumenta consideravelmente as chances de tratamento bem-sucedido e cura. Por isso, quanto antes o acompanhamento começar, melhor.

De onde vem o medo e como vencer o preconceito

Grande parte da resistência ao exame de toque vem de questões culturais e emocionais. Durante décadas, a masculinidade foi associada à ideia de força, invulnerabilidade e silêncio sobre o próprio corpo. Esse modelo ultrapassado ainda faz muitos homens acreditarem que buscar ajuda médica é sinal de fraqueza, e isso precisa mudar.

Entre os principais motivos para evitar o exame estão:

  • Vergonha e constrangimento com o procedimento;
  • Desconhecimento sobre como ele é feito;
  • Falta de hábito de realizar consultas preventivas;
  • Brincadeiras e estigmas associados ao exame;
  • Medo do diagnóstico de uma doença grave.

Superar essas barreiras passa, primeiro, por informação. Saber o que o exame realmente é — rápido, seguro e feito por profissionais capacitados — ajuda a desconstruir medos. Além disso, criar um vínculo de confiança com o médico facilita a conversa e torna o momento mais tranquilo.

Outro passo importante é redefinir o que significa cuidar de si mesmo. Fazer exames não é sinal de fraqueza, e sim de responsabilidade. Cuidar da saúde é um ato de coragem e um gesto de amor por quem está ao redor.

Dicas para encarar o exame com tranquilidade

  1. Converse com o médico de forma aberta. Tire dúvidas, peça explicações e entenda cada etapa.
  2. Marque o exame como parte do check-up anual. Assim, ele se torna parte da rotina, e não uma exceção.
  3. Não vá sozinho se não quiser. Ter alguém de confiança pode ajudar a reduzir a ansiedade.
  4. Evite comparações ou piadas. Brincadeiras perpetuam o tabu e afastam outros homens do cuidado.
  5. Pense no futuro. Um minuto de desconforto pode representar décadas a mais de vida saudável.

 

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Hidratação com sabor: por que a água saborizada pode transformar o hábito de beber água

5 de novembro de 2025

Manter-se hidratado é uma das recomendações mais conhecidas quando se fala em saúde e bem-estar. A água é fundamental para o funcionamento do organismo, participa de praticamente todos os processos metabólicos e é indispensável para o equilíbrio do corpo. Ainda assim, muitas pessoas têm dificuldade em manter o consumo diário adequado, seja por esquecimento, falta […]

Hidratação com sabor: por que a água saborizada pode transformar o hábito de beber água

Manter-se hidratado é uma das recomendações mais conhecidas quando se fala em saúde e bem-estar. A água é fundamental para o funcionamento do organismo, participa de praticamente todos os processos metabólicos e é indispensável para o equilíbrio do corpo. Ainda assim, muitas pessoas têm dificuldade em manter o consumo diário adequado, seja por esquecimento, falta de hábito ou simplesmente porque não gostam do sabor neutro da água.

Nesse cenário, a água saborizada surge como uma alternativa prática, natural e saudável para quem busca uma forma mais agradável de se hidratar ao longo do dia.

A importância da hidratação

O corpo humano é composto por mais de 60% de água. Ela é responsável por regular a temperatura corporal, transportar nutrientes, eliminar toxinas, lubrificar articulações e garantir o bom funcionamento dos órgãos e células. Mesmo uma leve desidratação já pode causar sintomas como fadiga, dor de cabeça, dificuldade de concentração e pele ressecada.

A recomendação média de ingestão é de cerca de 35 ml de água por quilo de peso corporal ao dia. Ou seja, uma pessoa de 70 kg deve consumir aproximadamente 2,4 litros. No entanto, essa quantidade pode variar conforme o clima, o nível de atividade física e a alimentação.

Apesar de sua importância, muitas pessoas não conseguem atingir essa meta. A principal razão costuma ser o desinteresse pelo sabor neutro da água, o que faz com que outras bebidas — como sucos, refrigerantes e cafés — ocupem o lugar que deveria ser da hidratação pura.

Água saborizada: o equilíbrio entre sabor e saúde

A água saborizada é uma forma simples de tornar o consumo de água mais atrativo. Feita a partir da infusão de frutas, ervas e especiarias naturais em água filtrada, ela combina leveza e aroma, sem a necessidade de açúcares, adoçantes ou corantes artificiais.

Essa bebida não deve ser confundida com os sucos ou águas industrializadas saborizadas disponíveis no mercado, que frequentemente contêm aditivos, conservantes e sódio em excesso. A versão natural é feita de forma caseira, com ingredientes frescos, garantindo que o resultado final seja saudável, hidratante e refrescante.

Além de tornar a hidratação mais prazerosa, a água saborizada também agrega pequenas quantidades de vitaminas, minerais e antioxidantes provenientes das frutas e ervas utilizadas, contribuindo para o equilíbrio nutricional diário.

Combinações que fazem sucesso

O preparo da água saborizada é simples e permite diversas variações de acordo com o gosto pessoal. Algumas combinações bastante utilizadas incluem:

  • Limão e hortelã: refrescante e estimulante, ideal para dias quentes.
  • Laranja e gengibre: levemente picante, com propriedades antioxidantes.
  • Pepino e alecrim: proporciona sensação de frescor e ajuda na digestão.
  • Morango e manjericão: leve e aromática, agrada quem prefere sabores adocicados.
  • Abacaxi e hortelã: tropical e rica em vitamina C.

Para preparar, basta adicionar as frutas cortadas e as ervas à água filtrada e deixar em infusão por pelo menos uma hora na geladeira. O resultado é uma bebida leve, colorida e naturalmente saborosa, que estimula o consumo de líquidos ao longo do dia.

Benefícios para além da hidratação

Incluir a água saborizada na rotina diária pode trazer diversos benefícios. Além de aumentar o consumo de líquidos, ela ajuda na redução do consumo de bebidas ultraprocessadas, que muitas vezes são ricas em açúcar e sódio. Essa substituição contribui para o controle do peso, melhora da digestão e prevenção de doenças metabólicas.

Outro ponto positivo é o impacto sobre o paladar. Com o tempo, ao reduzir o consumo de bebidas artificiais, o organismo adapta-se aos sabores naturais, tornando mais fácil manter hábitos alimentares equilibrados.

A melhora na qualidade da hidratação também reflete na aparência e no bem-estar geral: pele mais viçosa, melhor funcionamento intestinal e níveis mais estáveis de energia são efeitos frequentemente observados.

Cuidados no preparo e consumo

Apesar de ser uma opção saudável, alguns cuidados garantem que a água saborizada permaneça segura para o consumo. É importante:

  • Utilizar água filtrada ou mineral;
  • Higienizar bem as frutas e ervas antes do preparo;
  • Manter a bebida refrigerada e consumi-la em até 24 horas;
  • Evitar adicionar açúcar, mel ou adoçante, que alteram a proposta natural da bebida.

As frutas podem ser trocadas ao longo do dia ou congeladas previamente para facilitar o preparo. Cubos de gelo com pedaços de fruta também são uma alternativa prática e visualmente atraente para manter a bebida gelada por mais tempo.

Estratégias para criar o hábito

Incorporar o consumo de água saborizada à rotina pode ser o primeiro passo para uma mudança duradoura de comportamento. Algumas estratégias simples ajudam nesse processo:

  • Ter sempre uma garrafa ou jarra à vista durante o trabalho ou estudo;
  • Preparar diferentes combinações e variar os sabores diariamente;
  • Registrar o consumo de líquidos com aplicativos ou lembretes no celular;
  • Envolver a família no preparo, tornando o hábito mais divertido e coletivo.

Com o tempo, o ato de preparar a água saborizada pode se tornar um pequeno ritual de autocuidado, incentivando uma relação mais consciente com a hidratação e com a alimentação de forma geral.

 

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Câncer de próstata tem até 98% de chance de cura quando diagnosticado precocemente

O câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens, depois do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil deve registrar mais de 71 mil novos casos apenas em 2025. Embora o número seja expressivo, há um dado que traz esperança: as chances de cura podem […]

Câncer de próstata tem até 98% de chance de cura quando diagnosticado precocemente

O câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens, depois do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil deve registrar mais de 71 mil novos casos apenas em 2025. Embora o número seja expressivo, há um dado que traz esperança: as chances de cura podem chegar a até 98% quando a doença é descoberta no estágio inicial.

Esse percentual, estimado por especialistas da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), reforça uma mensagem essencial: a prevenção e o diagnóstico precoce salvam vidas. O grande desafio, porém, continua sendo o comportamento masculino em relação à própria saúde: muitos homens ainda deixam de lado as consultas de rotina e procuram atendimento apenas quando surgem sintomas.

O impacto da prevenção

A alta taxa de cura do câncer de próstata no início da doença mostra o quanto o diagnóstico precoce é determinante. Isso porque, nas fases iniciais, o tumor se desenvolve de forma silenciosa, sem causar dor ou alterações perceptíveis. Por esse motivo, a detecção costuma depender dos exames preventivos, realizados regularmente, mesmo na ausência de sintomas.

Os principais exames utilizados são:

  • Toque retal, que permite ao médico avaliar alterações na próstata;
  • Exame de sangue PSA (antígeno prostático específico), que mede uma substância produzida pela glândula e pode indicar a presença de alterações.

Esses exames complementares ajudam a identificar o câncer antes que ele avance. Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento é definido conforme o estágio da doença e pode envolver cirurgia, radioterapia, terapia hormonal ou acompanhamento clínico.

Quanto mais cedo a doença é detectada, maior a eficácia dos tratamentos e menor o risco de sequelas. Por isso, a recomendação da Sociedade Brasileira de Urologia é que homens a partir dos 50 anos consultem o urologista anualmente. Para aqueles que têm histórico familiar de câncer de próstata — pai, irmão ou tio diagnosticado —, o acompanhamento deve começar mais cedo, a partir dos 45 anos.

Um problema de atitude

Mesmo com os avanços da medicina, um dos maiores obstáculos na luta contra o câncer de próstata ainda é a resistência masculina aos cuidados preventivos. Pesquisas mostram que homens, em geral, frequentam menos os consultórios médicos do que as mulheres e costumam buscar ajuda apenas quando o problema já está em um estágio mais avançado.

Esse comportamento pode custar caro. Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2023, o Brasil registrou mais de 17 mil mortes por câncer de próstata, o que equivale a 47 óbitos por dia. Muitos desses casos poderiam ter sido evitados com acompanhamento médico regular e diagnóstico precoce.

Além da prevenção do câncer, o acompanhamento periódico com o urologista permite identificar outros problemas comuns ao envelhecimento masculino, como hipertrofia benigna da próstata, disfunção erétil e alterações hormonais.

Campanhas que salvam vidas

Todos os anos, o Novembro Azul reforça a importância de colocar a saúde masculina em pauta. A campanha nacional, apoiada por instituições médicas e de saúde pública, busca conscientizar sobre a importância dos exames preventivos e incentivar o autocuidado.

Mais do que falar sobre próstata, o movimento chama a atenção para uma visão mais ampla da saúde do homem, incluindo hábitos de vida saudáveis, alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas e abandono do tabagismo e do consumo excessivo de álcool.

O câncer de próstata é uma doença curável na grande maioria dos casos, mas essa realidade depende da atitude de cada homem diante da própria saúde. Ir ao médico regularmente, fazer exames e adotar hábitos saudáveis são medidas simples que podem garantir décadas de vida com qualidade.

 

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Nova diretriz brasileira sobre colesterol endurece metas e cria categoria de risco extremo

22 de outubro de 2025

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou uma nova atualização da Diretriz de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, substituindo a versão de 2017. O documento traz mudanças significativas nas metas de colesterol, incorporando novos marcadores e criando uma categoria inédita de risco cardiovascular extremo. LDL mais baixo para quem já teve infarto ou AVC O […]

Nova diretriz brasileira sobre colesterol endurece metas e cria categoria de risco extremo

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou uma nova atualização da Diretriz de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, substituindo a versão de 2017. O documento traz mudanças significativas nas metas de colesterol, incorporando novos marcadores e criando uma categoria inédita de risco cardiovascular extremo.

LDL mais baixo para quem já teve infarto ou AVC

O destaque da nova diretriz é o endurecimento das metas para o colesterol LDL, o chamado “colesterol ruim”. Pela primeira vez, foi criada uma categoria voltada a pacientes com risco extremo, ou seja, aqueles que já sofreram múltiplos eventos cardiovasculares, como infarto ou AVC. Para esse grupo, o valor máximo de LDL recomendado passa a ser inferior a 40 mg/dL.

Veja como ficam as novas metas de LDL de acordo com o nível de risco cardiovascular:

  • Baixo risco: menor que 115 mg/dL (antes, <130 mg/dL)
  • Intermediário: menor que 100 mg/dL (sem alteração)
  • Alto risco: menor que 70 mg/dL (sem alteração)
  • Muito alto risco: menor que 50 mg/dL (antes, <70 mg/dL)
  • Risco extremo: menor que 40 mg/dL (categoria nova)

Essas mudanças reforçam o entendimento de que, quanto mais baixo o LDL, menor o risco de eventos cardíacos.

Novos marcadores e avaliação mais precisa

Além do LDL, a diretriz passa a incorporar outros marcadores importantes, como o colesterol não-HDL, a apolipoproteína B e a lipoproteína(a). Este último, conhecido como Lp(a), é um marcador associado ao risco elevado de infarto e AVC.

A SBC recomenda que todos os adultos realizem ao menos uma vez na vida a dosagem de Lp(a). Valores acima de 125 nmol/L ou 50 mg/dL indicam risco aumentado. O exame, porém, ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e tem cobertura limitada nos planos de saúde.

Para definir as metas de colesterol de forma mais personalizada, o documento também sugere o uso de cálculos mais completos de risco cardiovascular em 10 anos, como o escore Prevent, da American Heart Association. Esse modelo considera variáveis como idade, sexo, pressão arterial, função renal e índice de massa corporal (IMC), permitindo uma estimativa mais precisa da probabilidade de infarto ou AVC.

Diagnóstico e tratamento mais abrangentes

A nova diretriz destaca que parte das dislipidemias (alterações nos níveis de gordura no sangue) tem origem genética. Por isso, a detecção precoce é fundamental, principalmente em pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas.

Para pacientes classificados como de alto, muito alto ou extremo risco, o documento recomenda iniciar o tratamento com terapia combinada desde o início. As principais combinações indicadas são:

  • Estatina + ezetimiba
  • Estatina + terapia anti-PCSK9
  • Estatina + ácido bempedoico
  • Estratégias triplas (estatina + ezetimiba + anti-PCSK9), capazes de reduzir o LDL em até 85%

As novas orientações também reforçam a importância de iniciar rapidamente o tratamento após um evento cardiovascular, associando medicamentos desde o início para alcançar as metas de forma mais eficaz.

Estilo de vida continua sendo essencial

Apesar das novidades no tratamento medicamentoso, a SBC reforça que mudanças no estilo de vida seguem como pilares da prevenção. Alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, abandono do tabagismo, controle do peso corporal e consumo moderado de álcool permanecem fundamentais para o controle do colesterol e a prevenção de doenças cardiovasculares.

A entidade alerta que hábitos modernos, como sedentarismo, dieta rica em ultraprocessados, privação de sono e altos níveis de estresse, contribuem diretamente para o aumento do colesterol e, consequentemente, para o risco de infarto e AVC.

Impacto esperado

A expectativa da Sociedade Brasileira de Cardiologia é que a nova diretriz reduza a mortalidade cardiovascular no país, orientando a prática clínica de médicos e profissionais de saúde e servindo de referência para políticas públicas.

Com o crescimento da obesidade, do sedentarismo e do estresse crônico entre os brasileiros, o endurecimento das metas representa um passo importante para conter o avanço das doenças cardiovasculares, hoje, uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo.

 

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A força da rede de apoio no tratamento do câncer: cuidado além da medicina

20 de outubro de 2025

O diagnóstico de câncer é um momento que sacode o paciente, sua família e seu ciclo de convívio. Entre compromissos médicos, terapias agressivas e mudanças profundas no corpo e na rotina, estabelecer uma rede de apoio sólida não é apenas uma ajuda extra, mas parte essencial do tratamento. Apoio emocional, social e prático atua como […]

A força da rede de apoio no tratamento do câncer: cuidado além da medicina

O diagnóstico de câncer é um momento que sacode o paciente, sua família e seu ciclo de convívio. Entre compromissos médicos, terapias agressivas e mudanças profundas no corpo e na rotina, estabelecer uma rede de apoio sólida não é apenas uma ajuda extra, mas parte essencial do tratamento. Apoio emocional, social e prático atua como um pilar que pode impactar positivamente na adesão aos tratamentos, na qualidade de vida e até nas taxas de sobrevivência.

O tratamento oncológico geralmente envolve períodos de internações, sessões de quimioterapia ou radioterapia, intervenções cirúrgicas, efeitos colaterais físicos (como dor, fadiga, náuseas, queda de cabelo), além de impactos psicológicos como medo, ansiedade, depressão. Soma-se a isso o desgaste causado por deslocamentos, custos extras, alterações na alimentação, sono e nas relações pessoais e profissionais. A sobrecarga para o paciente e sua família é multifacetada e contínua.

O que se entende por rede de apoio?

Rede de apoio social inclui família, amigos, vizinhos, grupos comunitários ou religiosos, voluntários, profissionais de saúde além dos médicos – psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais – e outras pessoas que compartilham ou entendem a doença. Também incluem organizações não governamentais e grupos de pacientes que promovem troca de experiências, acolhimento e suporte prático, como transporte, alimentação, cuidado domiciliar, ajuda emocional.

Benefícios concretos da rede de apoio

  1. Redução do estresse emocional e psicológico

O suporte social permite desabafar, buscar conforto e compartilhar medos. Essas possibilidades tendem a reduzir sintomas de ansiedade e depressão, fatores que podem interferir negativamente no tratamento. Pacientes com redes mais fortes costumam ter melhor qualidade de vida durante as fases mais difíceis.

  1. Melhora na adesão ao tratamento

Quando há alguém que auxilia com transporte, lembretes de medicação ou acompanhamento em consultas, o paciente enfrenta menos barreiras logísticas. Isso reduz faltas, atrasos ou interrupções no tratamento, fatores que comprometem o sucesso terapêutico.

  1. Apoio prático e logístico

Alimentação adequada, cuidados de higiene, apoio com tarefas domésticas, organização de compromissos médicos, ajuda com deslocamento: tudo isso pode ser facilitado por pessoas da rede de apoio. Reduzir o peso desses aspectos permite que o paciente concentre energias no processo de cura.

  1. Sentido de pertencimento, esperança e autoestima

A solidariedade e o reconhecimento pelos outros alimentam a esperança, um ingrediente muitas vezes subestimado, porém poderoso. Ver que existe quem se importe, que existam histórias de superação, que haja escuta, eleva o ânimo. Isso pode refletir positivamente, inclusive, em indicadores clínicos.

Caminhos para otimizar a rede de apoio

  • Educação e orientação desde o diagnóstico: informar o paciente e familiares não apenas sobre a doença e tratamento, mas sobre a importância do suporte emocional e social.
  • Integração interdisciplinar nos centros oncológicos: psicologia, serviço social, nutrição, fisioterapia, espiritualidade integradas como parte do plano terapêutico.
  • Fortalecimento dos grupos de apoio: incentivar grupos de pacientes, premiar iniciativas locais de solidariedade, divulgar redes já existentes.
  • Políticas públicas específicas: leis ou programas que assegurem transporte gratuito, acolhimento psicológico, suporte financeiro quando necessário.

 

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Alerta: como agir em caso de picada de escorpião

15 de outubro de 2025

As picadas de escorpião são um problema de saúde pública em várias regiões do Brasil, principalmente em áreas urbanas e periurbanas. Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), em 2023 foram registrados mais de 150 mil casos de acidentes com escorpiões no país, sendo a maioria causada pelo Tityus serrulatus, espécie conhecida […]

Alerta: como agir em caso de picada de escorpião

As picadas de escorpião são um problema de saúde pública em várias regiões do Brasil, principalmente em áreas urbanas e periurbanas. Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), em 2023 foram registrados mais de 150 mil casos de acidentes com escorpiões no país, sendo a maioria causada pelo Tityus serrulatus, espécie conhecida por seu veneno potente (Ministério da Saúde, 2023).

Como identificar uma picada

A dor intensa no local é o sintoma mais comum, geralmente imediata após a picada. Outros sinais incluem:

  • Inchaço, vermelhidão e formigamento ao redor do ferimento;
  • Sudorese, náuseas e vômitos;
  • Palpitações ou taquicardia em casos mais graves;
  • Dificuldade para respirar ou sensação de fraqueza, especialmente em crianças, idosos ou pessoas com doenças crônicas.

A intensidade dos sintomas varia de acordo com a espécie do escorpião, a quantidade de veneno e a idade ou condição de saúde da vítima.

O que fazer em caso de picada

O atendimento rápido é essencial. As principais medidas são:

  1. Lavar o local com água e sabão;
  2. Manter a vítima calma e deitada;
  3. Procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo;
  4. Evitar remédios caseiros ou torniquetes, que podem piorar a situação.

O tratamento hospitalar pode incluir a administração de soro antiescorpiônico, indicado principalmente para crianças e pacientes com sintomas graves. Quanto mais cedo for iniciado, maior a chance de reduzir complicações.

Prevenção é o melhor caminho

Evitar picadas de escorpião depende de cuidados no ambiente doméstico e ao redor da residência:

  • Manter quintais e terrenos limpos, livres de entulhos, lixo e entornos com madeira ou pedras;
  • Vedar frestas em portas, janelas e ralos;
  • Evitar acúmulo de roupas, sapatos ou objetos que possam abrigar escorpiões;
  • Usar luvas ao mexer em jardins ou materiais de construção.

Apesar de sua aparência pequena, o escorpião pode representar risco sério à saúde, especialmente para grupos mais vulneráveis. Conscientização, prevenção e atenção imediata a qualquer picada são essenciais para reduzir acidentes e complicações.

 

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Outubro Rosa: sinais, fatores de risco e prevenção do câncer de mama

14 de outubro de 2025

Outubro Rosa é o mês de conscientização sobre o câncer de mama, uma doença que atinge milhares de mulheres todos os anos. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 73 mil novos casos para 2025, tornando-se o tipo de câncer mais comum entre mulheres, atrás apenas do câncer de pele não […]

Outubro Rosa: sinais, fatores de risco e prevenção do câncer de mama

Outubro Rosa é o mês de conscientização sobre o câncer de mama, uma doença que atinge milhares de mulheres todos os anos. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 73 mil novos casos para 2025, tornando-se o tipo de câncer mais comum entre mulheres, atrás apenas do câncer de pele não melanoma (INCA, 2025). A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as melhores formas de reduzir o impacto da doença.

Reconhecendo os sinais

Observar mudanças no corpo é essencial. Entre os sinais que merecem atenção estão:

  • Caroços ou nódulos na mama ou na axila;
  • Alterações no tamanho, forma ou simetria da mama;
  • Secreção pelo mamilo, especialmente com sangue;
  • Pele avermelhada, retraída ou com aspecto de casca de laranja;
  • Dor persistente.

Perceber qualquer alteração e procurar orientação médica rapidamente pode fazer toda a diferença no tratamento.

Fatores de risco: o que você precisa saber

O câncer de mama é influenciado por fatores que não podemos mudar e por hábitos de vida.

Não modificáveis:

  • Idade avançada;
  • Histórico familiar da doença;
  • Mutações genéticas hereditárias (como BRCA1 e BRCA2);
  • Menarca precoce ou menopausa tardia.

Modificáveis:

  • Sedentarismo;
  • Obesidade;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Tabagismo;
  • Alimentação inadequada.

Além disso, a amamentação prolongada oferece efeito protetor, contribuindo para a redução do risco da doença.

Diagnóstico e prevenção

O exame clínico e a mamografia são ferramentas essenciais. Mulheres a partir dos 40 anos devem realizar mamografias a cada dois anos. Já aquelas com histórico familiar relevante ou alterações genéticas podem precisar de acompanhamento mais frequente, incluindo exames complementares.

O Outubro Rosa vai além da cor e da campanha: é um lembrete sobre a importância do autocuidado e da atenção contínua à saúde. Conhecer os sintomas, compreender os fatores de risco e manter exames regulares são atitudes que salvam vidas. Informação, prevenção e cuidado caminham juntas na luta contra o câncer de mama.

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Caminhada japonesa: o que é e quais os benefícios para a saúde

1 de outubro de 2025

Nos últimos anos, práticas simples de movimento têm ganhado espaço no debate sobre qualidade de vida. Uma delas é a chamada caminhada japonesa, um exercício que, apesar do nome curioso, vem conquistando cada vez mais adeptos no mundo todo. Diferente de uma caminhada tradicional, a técnica envolve um conjunto de posturas e respirações que ampliam […]

Caminhada japonesa: o que é e quais os benefícios para a saúde

Nos últimos anos, práticas simples de movimento têm ganhado espaço no debate sobre qualidade de vida. Uma delas é a chamada caminhada japonesa, um exercício que, apesar do nome curioso, vem conquistando cada vez mais adeptos no mundo todo. Diferente de uma caminhada tradicional, a técnica envolve um conjunto de posturas e respirações que ampliam os efeitos da atividade física no organismo.

A caminhada japonesa é inspirada em princípios da ginástica oriental, que valoriza a integração entre corpo e mente. Na prática, não se trata apenas de andar, mas de executar movimentos conscientes, mantendo a coluna ereta, a respiração profunda e passos ritmados.

Um dos métodos mais conhecidos é o proposto pelo médico japonês Tanaka Yoshihiko, que popularizou a ideia de caminhar de forma vigorosa, alternando ritmo e amplitude dos passos, de modo a potencializar o gasto calórico e melhorar o condicionamento cardiovascular. Outras variações se aproximam da chamada “Radio Taiso”, uma ginástica matinal transmitida no Japão desde a década de 1920, que combina movimentos leves e acessíveis a todas as idades.

Como funciona na prática

A principal diferença entre a caminhada japonesa e a caminhada comum está na atenção ao alinhamento corporal. Os praticantes devem:

  • Manter o tronco ereto e o abdômen contraído;
  • Dar passos firmes, iniciando o movimento pelo calcanhar;
  • Balancear os braços de maneira ampla, acompanhando o ritmo da marcha;
  • Sincronizar a respiração com o movimento, inspirando pelo nariz e expirando pela boca.

Essa coordenação de movimentos estimula não apenas a resistência física, mas também a concentração, funcionando como um exercício de atenção plena (mindfulness) em movimento.

Benefícios para a saúde

 Diversos estudos reforçam os efeitos positivos da caminhada, seja na forma tradicional ou em suas variações, sobre o corpo. No caso da caminhada japonesa, o intensificar da postura e do ritmo pode trazer ganhos adicionais. Entre os principais benefícios estão:

  • Saúde cardiovascular: caminhar regularmente reduz o risco de doenças do coração. De acordo com a American Heart Association (AHA), 150 minutos semanais de caminhada rápida já contribuem para a redução de pressão arterial, melhora da circulação e diminuição do colesterol ruim (LDL).
  • Controle do peso corporal: o esforço maior na caminhada japonesa aumenta o gasto calórico. Segundo dados do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), caminhar em ritmo acelerado pode queimar entre 200 e 300 calorias por hora, dependendo do peso corporal e da intensidade do exercício.
  • Fortalecimento muscular: os movimentos conscientes e a contração do abdômen ajudam a trabalhar não apenas as pernas, mas também a região central do corpo, conhecida como core, essencial para o equilíbrio e a postura.
  • Saúde mental: atividades aeróbicas, como a caminhada, estimulam a liberação de endorfina e serotonina, hormônios relacionados à sensação de bem-estar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta que práticas regulares de atividade física reduzem sintomas de ansiedade e depressão.
  • Longevidade: estudos japoneses publicados no Journal of Aging and Physical Activity apontam que pessoas que praticam caminhadas estruturadas, com postura e ritmo adequados, têm melhor preservação da função cognitiva e menor risco de quedas na terceira idade.

Caminhada japonesa e estilo de vida

Um dos diferenciais da caminhada japonesa é sua acessibilidade. Ela não exige equipamentos sofisticados ou ambientes específicos: pode ser praticada em parques, praças ou até mesmo em casa, desde que haja espaço suficiente. Além disso, por ser uma atividade de baixo impacto, pode ser adaptada para diferentes faixas etárias e condições físicas.

No Japão, é comum que escolas e empresas incentivem exercícios coletivos inspirados nessa técnica logo pela manhã, como forma de estimular a energia e a disciplina. Essa tradição cultural reforça não apenas os ganhos individuais, mas também o senso de comunidade.

Apesar de ser uma prática segura, é fundamental observar alguns cuidados:

  • Pessoas sedentárias ou com doenças crônicas devem consultar um médico antes de iniciar;
  • O ideal é começar com caminhadas de 15 a 20 minutos, três vezes por semana, e aumentar gradualmente a duração;
  • O uso de calçados confortáveis e roupas leves é essencial para evitar desconfortos;
  • Alongamentos antes e depois da caminhada ajudam a prevenir lesões.

 

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62,7% dos idosos brasileiros já sofreram quedas, um perigo para saúde e autonomia

30 de setembro de 2025

Um recente estudo brasileiro, divulgado no primeiro semestre deste ano, acende um sinal de alerta para a questão das quedas na população idosa: conforme levantamento publicado na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 62,7% dos idosos consultados relataram ter sofrido ao menos uma queda. Queda não é apenas um tropeço ou escorregão ocasional. Entre pessoas […]

62,7% dos idosos brasileiros já sofreram quedas, um perigo para saúde e autonomia

Um recente estudo brasileiro, divulgado no primeiro semestre deste ano, acende um sinal de alerta para a questão das quedas na população idosa: conforme levantamento publicado na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 62,7% dos idosos consultados relataram ter sofrido ao menos uma queda.

Queda não é apenas um tropeço ou escorregão ocasional. Entre pessoas mais velhas, esse tipo de ocorrência pode desencadear fraturas, hospitalizações, perda de autonomia e até risco de morte. Por isso, a constatação de uma prevalência tão elevada — quase dois em cada três idosos — no Brasil merece atenção especial.

Embora existam estimativas globais e regionais sobre a incidência de quedas em idosos, este estudo sugere que o Brasil pode estar acima da média mundial. Se confirmada, essa discrepância pode refletir fatores sociodemográficos, limitações no sistema de saúde, desigualdade no acesso a cuidados preventivos, ambientes não adaptados, entre outros.

Sobre o estudo

O levantamento foi conduzido por pesquisadores brasileiros e incluiu uma amostra significativa de idosos residentes em diversas regiões do país (detalhes metodológicos como tamanho da amostra, critérios de seleção e faixa etária podem ser consultados no artigo original).

Os resultados indicaram que, entre os indivíduos entrevistados:

  • 62,7% relataram ter sofrido pelo menos uma queda no período considerado pela pesquisa;
  • Muitos relataram quedas repetidas, ou quedas que geraram consequências físicas (como dor, limitação funcional etc.).

Esses números reforçam que o problema das quedas em idosos não é pontual nem restrito a grupos específicos, mas uma questão de saúde pública que exige intervenção sistemática.

Fatores de risco e agravantes

Diversos estudos internacionais já identificaram fatores que aumentam a probabilidade de quedas em idosos. Entre eles:

  • Fraqueza muscular e perda de massa (sarcopenia): músculos mais frágeis reduzem a capacidade de equilíbrio e reação rápida.
  • Problemas de equilíbrio e propriocepção: alterações no sistema vestibular ou nos pés, por exemplo.
  • Uso de múltiplos medicamentos (polifarmácia): alguns remédios podem provocar tontura, sonolência ou hipotensão postural.
  • Doenças crônicas: como diabetes, osteoartrite, doenças neurológicas (como Parkinson), entre outras.
  • Ambientes domésticos inadequados ou perigosos: pisos escorregadios, iluminação insuficiente, desníveis, tapetes soltos, ausência de barras de apoio.
  • Declínio cognitivo ou visual: diminuição da capacidade de perceber riscos no ambiente.

No contexto brasileiro, fatores socioeconômicos também podem colaborar: habitações com mais obstáculos, menor acesso a exercícios físicos regulares de fortalecimento e equilíbrio, e desafios no atendimento primário à saúde são variáveis que podem agravar o cenário.

Caminhos para prevenção

Quando uma queda ocorre, as repercussões podem ser severas. Nos casos mais graves, ocorrem fraturas (como de quadril e punho), imobilização prolongada, risco de infecções por imobilidade, redução da mobilidade, isolamento social e até mudanças drásticas na qualidade de vida.

Diante desses dados alarmantes, vale destacar algumas estratégias bem fundamentadas para reduzir o risco de quedas em idosos:

  1. Programa de exercícios físicos focados em fortalecimento muscular, treino de equilíbrio e alongamento.
  2. Avaliação multidisciplinar, envolvendo médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e oftalmologistas, para identificar fatores de risco específicos (exames de visão, revisão medicamentosa, avaliação de mobilidade).
  3. Adaptações no ambiente doméstico: instalar barras de apoio no banheiro, melhorar iluminação, remover tapetes soltos, nivelar superfícies, garantir pisos antiderrapantes, entre outros.
  4. Educação e orientação: informar idosos e cuidadores sobre cuidados simples de segurança no dia-a-dia, como evitar andar em superfícies molhadas, usar calçados adequados, evitar escadas desnecessárias.
  5. Acompanhamento contínuo: idosos que já caíram merecem atenção especial, com monitoramento regular e intervenções personalizadas.