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Nova diretriz brasileira sobre colesterol endurece metas e cria categoria de risco extremo

22 de outubro de 2025

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou uma nova atualização da Diretriz de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, substituindo a versão de 2017. O documento traz mudanças significativas nas metas de colesterol, incorporando novos marcadores e criando uma categoria inédita de risco cardiovascular extremo. LDL mais baixo para quem já teve infarto ou AVC O […]

Nova diretriz brasileira sobre colesterol endurece metas e cria categoria de risco extremo

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou uma nova atualização da Diretriz de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, substituindo a versão de 2017. O documento traz mudanças significativas nas metas de colesterol, incorporando novos marcadores e criando uma categoria inédita de risco cardiovascular extremo.

LDL mais baixo para quem já teve infarto ou AVC

O destaque da nova diretriz é o endurecimento das metas para o colesterol LDL, o chamado “colesterol ruim”. Pela primeira vez, foi criada uma categoria voltada a pacientes com risco extremo, ou seja, aqueles que já sofreram múltiplos eventos cardiovasculares, como infarto ou AVC. Para esse grupo, o valor máximo de LDL recomendado passa a ser inferior a 40 mg/dL.

Veja como ficam as novas metas de LDL de acordo com o nível de risco cardiovascular:

  • Baixo risco: menor que 115 mg/dL (antes, <130 mg/dL)
  • Intermediário: menor que 100 mg/dL (sem alteração)
  • Alto risco: menor que 70 mg/dL (sem alteração)
  • Muito alto risco: menor que 50 mg/dL (antes, <70 mg/dL)
  • Risco extremo: menor que 40 mg/dL (categoria nova)

Essas mudanças reforçam o entendimento de que, quanto mais baixo o LDL, menor o risco de eventos cardíacos.

Novos marcadores e avaliação mais precisa

Além do LDL, a diretriz passa a incorporar outros marcadores importantes, como o colesterol não-HDL, a apolipoproteína B e a lipoproteína(a). Este último, conhecido como Lp(a), é um marcador associado ao risco elevado de infarto e AVC.

A SBC recomenda que todos os adultos realizem ao menos uma vez na vida a dosagem de Lp(a). Valores acima de 125 nmol/L ou 50 mg/dL indicam risco aumentado. O exame, porém, ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e tem cobertura limitada nos planos de saúde.

Para definir as metas de colesterol de forma mais personalizada, o documento também sugere o uso de cálculos mais completos de risco cardiovascular em 10 anos, como o escore Prevent, da American Heart Association. Esse modelo considera variáveis como idade, sexo, pressão arterial, função renal e índice de massa corporal (IMC), permitindo uma estimativa mais precisa da probabilidade de infarto ou AVC.

Diagnóstico e tratamento mais abrangentes

A nova diretriz destaca que parte das dislipidemias (alterações nos níveis de gordura no sangue) tem origem genética. Por isso, a detecção precoce é fundamental, principalmente em pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas.

Para pacientes classificados como de alto, muito alto ou extremo risco, o documento recomenda iniciar o tratamento com terapia combinada desde o início. As principais combinações indicadas são:

  • Estatina + ezetimiba
  • Estatina + terapia anti-PCSK9
  • Estatina + ácido bempedoico
  • Estratégias triplas (estatina + ezetimiba + anti-PCSK9), capazes de reduzir o LDL em até 85%

As novas orientações também reforçam a importância de iniciar rapidamente o tratamento após um evento cardiovascular, associando medicamentos desde o início para alcançar as metas de forma mais eficaz.

Estilo de vida continua sendo essencial

Apesar das novidades no tratamento medicamentoso, a SBC reforça que mudanças no estilo de vida seguem como pilares da prevenção. Alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, abandono do tabagismo, controle do peso corporal e consumo moderado de álcool permanecem fundamentais para o controle do colesterol e a prevenção de doenças cardiovasculares.

A entidade alerta que hábitos modernos, como sedentarismo, dieta rica em ultraprocessados, privação de sono e altos níveis de estresse, contribuem diretamente para o aumento do colesterol e, consequentemente, para o risco de infarto e AVC.

Impacto esperado

A expectativa da Sociedade Brasileira de Cardiologia é que a nova diretriz reduza a mortalidade cardiovascular no país, orientando a prática clínica de médicos e profissionais de saúde e servindo de referência para políticas públicas.

Com o crescimento da obesidade, do sedentarismo e do estresse crônico entre os brasileiros, o endurecimento das metas representa um passo importante para conter o avanço das doenças cardiovasculares, hoje, uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo.

 

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A força da rede de apoio no tratamento do câncer: cuidado além da medicina

20 de outubro de 2025

O diagnóstico de câncer é um momento que sacode o paciente, sua família e seu ciclo de convívio. Entre compromissos médicos, terapias agressivas e mudanças profundas no corpo e na rotina, estabelecer uma rede de apoio sólida não é apenas uma ajuda extra, mas parte essencial do tratamento. Apoio emocional, social e prático atua como […]

A força da rede de apoio no tratamento do câncer: cuidado além da medicina

O diagnóstico de câncer é um momento que sacode o paciente, sua família e seu ciclo de convívio. Entre compromissos médicos, terapias agressivas e mudanças profundas no corpo e na rotina, estabelecer uma rede de apoio sólida não é apenas uma ajuda extra, mas parte essencial do tratamento. Apoio emocional, social e prático atua como um pilar que pode impactar positivamente na adesão aos tratamentos, na qualidade de vida e até nas taxas de sobrevivência.

O tratamento oncológico geralmente envolve períodos de internações, sessões de quimioterapia ou radioterapia, intervenções cirúrgicas, efeitos colaterais físicos (como dor, fadiga, náuseas, queda de cabelo), além de impactos psicológicos como medo, ansiedade, depressão. Soma-se a isso o desgaste causado por deslocamentos, custos extras, alterações na alimentação, sono e nas relações pessoais e profissionais. A sobrecarga para o paciente e sua família é multifacetada e contínua.

O que se entende por rede de apoio?

Rede de apoio social inclui família, amigos, vizinhos, grupos comunitários ou religiosos, voluntários, profissionais de saúde além dos médicos – psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais – e outras pessoas que compartilham ou entendem a doença. Também incluem organizações não governamentais e grupos de pacientes que promovem troca de experiências, acolhimento e suporte prático, como transporte, alimentação, cuidado domiciliar, ajuda emocional.

Benefícios concretos da rede de apoio

  1. Redução do estresse emocional e psicológico

O suporte social permite desabafar, buscar conforto e compartilhar medos. Essas possibilidades tendem a reduzir sintomas de ansiedade e depressão, fatores que podem interferir negativamente no tratamento. Pacientes com redes mais fortes costumam ter melhor qualidade de vida durante as fases mais difíceis.

  1. Melhora na adesão ao tratamento

Quando há alguém que auxilia com transporte, lembretes de medicação ou acompanhamento em consultas, o paciente enfrenta menos barreiras logísticas. Isso reduz faltas, atrasos ou interrupções no tratamento, fatores que comprometem o sucesso terapêutico.

  1. Apoio prático e logístico

Alimentação adequada, cuidados de higiene, apoio com tarefas domésticas, organização de compromissos médicos, ajuda com deslocamento: tudo isso pode ser facilitado por pessoas da rede de apoio. Reduzir o peso desses aspectos permite que o paciente concentre energias no processo de cura.

  1. Sentido de pertencimento, esperança e autoestima

A solidariedade e o reconhecimento pelos outros alimentam a esperança, um ingrediente muitas vezes subestimado, porém poderoso. Ver que existe quem se importe, que existam histórias de superação, que haja escuta, eleva o ânimo. Isso pode refletir positivamente, inclusive, em indicadores clínicos.

Caminhos para otimizar a rede de apoio

  • Educação e orientação desde o diagnóstico: informar o paciente e familiares não apenas sobre a doença e tratamento, mas sobre a importância do suporte emocional e social.
  • Integração interdisciplinar nos centros oncológicos: psicologia, serviço social, nutrição, fisioterapia, espiritualidade integradas como parte do plano terapêutico.
  • Fortalecimento dos grupos de apoio: incentivar grupos de pacientes, premiar iniciativas locais de solidariedade, divulgar redes já existentes.
  • Políticas públicas específicas: leis ou programas que assegurem transporte gratuito, acolhimento psicológico, suporte financeiro quando necessário.

 

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Alerta: como agir em caso de picada de escorpião

15 de outubro de 2025

As picadas de escorpião são um problema de saúde pública em várias regiões do Brasil, principalmente em áreas urbanas e periurbanas. Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), em 2023 foram registrados mais de 150 mil casos de acidentes com escorpiões no país, sendo a maioria causada pelo Tityus serrulatus, espécie conhecida […]

Alerta: como agir em caso de picada de escorpião

As picadas de escorpião são um problema de saúde pública em várias regiões do Brasil, principalmente em áreas urbanas e periurbanas. Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), em 2023 foram registrados mais de 150 mil casos de acidentes com escorpiões no país, sendo a maioria causada pelo Tityus serrulatus, espécie conhecida por seu veneno potente (Ministério da Saúde, 2023).

Como identificar uma picada

A dor intensa no local é o sintoma mais comum, geralmente imediata após a picada. Outros sinais incluem:

  • Inchaço, vermelhidão e formigamento ao redor do ferimento;
  • Sudorese, náuseas e vômitos;
  • Palpitações ou taquicardia em casos mais graves;
  • Dificuldade para respirar ou sensação de fraqueza, especialmente em crianças, idosos ou pessoas com doenças crônicas.

A intensidade dos sintomas varia de acordo com a espécie do escorpião, a quantidade de veneno e a idade ou condição de saúde da vítima.

O que fazer em caso de picada

O atendimento rápido é essencial. As principais medidas são:

  1. Lavar o local com água e sabão;
  2. Manter a vítima calma e deitada;
  3. Procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo;
  4. Evitar remédios caseiros ou torniquetes, que podem piorar a situação.

O tratamento hospitalar pode incluir a administração de soro antiescorpiônico, indicado principalmente para crianças e pacientes com sintomas graves. Quanto mais cedo for iniciado, maior a chance de reduzir complicações.

Prevenção é o melhor caminho

Evitar picadas de escorpião depende de cuidados no ambiente doméstico e ao redor da residência:

  • Manter quintais e terrenos limpos, livres de entulhos, lixo e entornos com madeira ou pedras;
  • Vedar frestas em portas, janelas e ralos;
  • Evitar acúmulo de roupas, sapatos ou objetos que possam abrigar escorpiões;
  • Usar luvas ao mexer em jardins ou materiais de construção.

Apesar de sua aparência pequena, o escorpião pode representar risco sério à saúde, especialmente para grupos mais vulneráveis. Conscientização, prevenção e atenção imediata a qualquer picada são essenciais para reduzir acidentes e complicações.

 

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Outubro Rosa: sinais, fatores de risco e prevenção do câncer de mama

14 de outubro de 2025

Outubro Rosa é o mês de conscientização sobre o câncer de mama, uma doença que atinge milhares de mulheres todos os anos. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 73 mil novos casos para 2025, tornando-se o tipo de câncer mais comum entre mulheres, atrás apenas do câncer de pele não […]

Outubro Rosa: sinais, fatores de risco e prevenção do câncer de mama

Outubro Rosa é o mês de conscientização sobre o câncer de mama, uma doença que atinge milhares de mulheres todos os anos. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 73 mil novos casos para 2025, tornando-se o tipo de câncer mais comum entre mulheres, atrás apenas do câncer de pele não melanoma (INCA, 2025). A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as melhores formas de reduzir o impacto da doença.

Reconhecendo os sinais

Observar mudanças no corpo é essencial. Entre os sinais que merecem atenção estão:

  • Caroços ou nódulos na mama ou na axila;
  • Alterações no tamanho, forma ou simetria da mama;
  • Secreção pelo mamilo, especialmente com sangue;
  • Pele avermelhada, retraída ou com aspecto de casca de laranja;
  • Dor persistente.

Perceber qualquer alteração e procurar orientação médica rapidamente pode fazer toda a diferença no tratamento.

Fatores de risco: o que você precisa saber

O câncer de mama é influenciado por fatores que não podemos mudar e por hábitos de vida.

Não modificáveis:

  • Idade avançada;
  • Histórico familiar da doença;
  • Mutações genéticas hereditárias (como BRCA1 e BRCA2);
  • Menarca precoce ou menopausa tardia.

Modificáveis:

  • Sedentarismo;
  • Obesidade;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Tabagismo;
  • Alimentação inadequada.

Além disso, a amamentação prolongada oferece efeito protetor, contribuindo para a redução do risco da doença.

Diagnóstico e prevenção

O exame clínico e a mamografia são ferramentas essenciais. Mulheres a partir dos 40 anos devem realizar mamografias a cada dois anos. Já aquelas com histórico familiar relevante ou alterações genéticas podem precisar de acompanhamento mais frequente, incluindo exames complementares.

O Outubro Rosa vai além da cor e da campanha: é um lembrete sobre a importância do autocuidado e da atenção contínua à saúde. Conhecer os sintomas, compreender os fatores de risco e manter exames regulares são atitudes que salvam vidas. Informação, prevenção e cuidado caminham juntas na luta contra o câncer de mama.

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Caminhada japonesa: o que é e quais os benefícios para a saúde

1 de outubro de 2025

Nos últimos anos, práticas simples de movimento têm ganhado espaço no debate sobre qualidade de vida. Uma delas é a chamada caminhada japonesa, um exercício que, apesar do nome curioso, vem conquistando cada vez mais adeptos no mundo todo. Diferente de uma caminhada tradicional, a técnica envolve um conjunto de posturas e respirações que ampliam […]

Caminhada japonesa: o que é e quais os benefícios para a saúde

Nos últimos anos, práticas simples de movimento têm ganhado espaço no debate sobre qualidade de vida. Uma delas é a chamada caminhada japonesa, um exercício que, apesar do nome curioso, vem conquistando cada vez mais adeptos no mundo todo. Diferente de uma caminhada tradicional, a técnica envolve um conjunto de posturas e respirações que ampliam os efeitos da atividade física no organismo.

A caminhada japonesa é inspirada em princípios da ginástica oriental, que valoriza a integração entre corpo e mente. Na prática, não se trata apenas de andar, mas de executar movimentos conscientes, mantendo a coluna ereta, a respiração profunda e passos ritmados.

Um dos métodos mais conhecidos é o proposto pelo médico japonês Tanaka Yoshihiko, que popularizou a ideia de caminhar de forma vigorosa, alternando ritmo e amplitude dos passos, de modo a potencializar o gasto calórico e melhorar o condicionamento cardiovascular. Outras variações se aproximam da chamada “Radio Taiso”, uma ginástica matinal transmitida no Japão desde a década de 1920, que combina movimentos leves e acessíveis a todas as idades.

Como funciona na prática

A principal diferença entre a caminhada japonesa e a caminhada comum está na atenção ao alinhamento corporal. Os praticantes devem:

  • Manter o tronco ereto e o abdômen contraído;
  • Dar passos firmes, iniciando o movimento pelo calcanhar;
  • Balancear os braços de maneira ampla, acompanhando o ritmo da marcha;
  • Sincronizar a respiração com o movimento, inspirando pelo nariz e expirando pela boca.

Essa coordenação de movimentos estimula não apenas a resistência física, mas também a concentração, funcionando como um exercício de atenção plena (mindfulness) em movimento.

Benefícios para a saúde

 Diversos estudos reforçam os efeitos positivos da caminhada, seja na forma tradicional ou em suas variações, sobre o corpo. No caso da caminhada japonesa, o intensificar da postura e do ritmo pode trazer ganhos adicionais. Entre os principais benefícios estão:

  • Saúde cardiovascular: caminhar regularmente reduz o risco de doenças do coração. De acordo com a American Heart Association (AHA), 150 minutos semanais de caminhada rápida já contribuem para a redução de pressão arterial, melhora da circulação e diminuição do colesterol ruim (LDL).
  • Controle do peso corporal: o esforço maior na caminhada japonesa aumenta o gasto calórico. Segundo dados do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), caminhar em ritmo acelerado pode queimar entre 200 e 300 calorias por hora, dependendo do peso corporal e da intensidade do exercício.
  • Fortalecimento muscular: os movimentos conscientes e a contração do abdômen ajudam a trabalhar não apenas as pernas, mas também a região central do corpo, conhecida como core, essencial para o equilíbrio e a postura.
  • Saúde mental: atividades aeróbicas, como a caminhada, estimulam a liberação de endorfina e serotonina, hormônios relacionados à sensação de bem-estar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta que práticas regulares de atividade física reduzem sintomas de ansiedade e depressão.
  • Longevidade: estudos japoneses publicados no Journal of Aging and Physical Activity apontam que pessoas que praticam caminhadas estruturadas, com postura e ritmo adequados, têm melhor preservação da função cognitiva e menor risco de quedas na terceira idade.

Caminhada japonesa e estilo de vida

Um dos diferenciais da caminhada japonesa é sua acessibilidade. Ela não exige equipamentos sofisticados ou ambientes específicos: pode ser praticada em parques, praças ou até mesmo em casa, desde que haja espaço suficiente. Além disso, por ser uma atividade de baixo impacto, pode ser adaptada para diferentes faixas etárias e condições físicas.

No Japão, é comum que escolas e empresas incentivem exercícios coletivos inspirados nessa técnica logo pela manhã, como forma de estimular a energia e a disciplina. Essa tradição cultural reforça não apenas os ganhos individuais, mas também o senso de comunidade.

Apesar de ser uma prática segura, é fundamental observar alguns cuidados:

  • Pessoas sedentárias ou com doenças crônicas devem consultar um médico antes de iniciar;
  • O ideal é começar com caminhadas de 15 a 20 minutos, três vezes por semana, e aumentar gradualmente a duração;
  • O uso de calçados confortáveis e roupas leves é essencial para evitar desconfortos;
  • Alongamentos antes e depois da caminhada ajudam a prevenir lesões.

 

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62,7% dos idosos brasileiros já sofreram quedas, um perigo para saúde e autonomia

30 de setembro de 2025

Um recente estudo brasileiro, divulgado no primeiro semestre deste ano, acende um sinal de alerta para a questão das quedas na população idosa: conforme levantamento publicado na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 62,7% dos idosos consultados relataram ter sofrido ao menos uma queda. Queda não é apenas um tropeço ou escorregão ocasional. Entre pessoas […]

62,7% dos idosos brasileiros já sofreram quedas, um perigo para saúde e autonomia

Um recente estudo brasileiro, divulgado no primeiro semestre deste ano, acende um sinal de alerta para a questão das quedas na população idosa: conforme levantamento publicado na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 62,7% dos idosos consultados relataram ter sofrido ao menos uma queda.

Queda não é apenas um tropeço ou escorregão ocasional. Entre pessoas mais velhas, esse tipo de ocorrência pode desencadear fraturas, hospitalizações, perda de autonomia e até risco de morte. Por isso, a constatação de uma prevalência tão elevada — quase dois em cada três idosos — no Brasil merece atenção especial.

Embora existam estimativas globais e regionais sobre a incidência de quedas em idosos, este estudo sugere que o Brasil pode estar acima da média mundial. Se confirmada, essa discrepância pode refletir fatores sociodemográficos, limitações no sistema de saúde, desigualdade no acesso a cuidados preventivos, ambientes não adaptados, entre outros.

Sobre o estudo

O levantamento foi conduzido por pesquisadores brasileiros e incluiu uma amostra significativa de idosos residentes em diversas regiões do país (detalhes metodológicos como tamanho da amostra, critérios de seleção e faixa etária podem ser consultados no artigo original).

Os resultados indicaram que, entre os indivíduos entrevistados:

  • 62,7% relataram ter sofrido pelo menos uma queda no período considerado pela pesquisa;
  • Muitos relataram quedas repetidas, ou quedas que geraram consequências físicas (como dor, limitação funcional etc.).

Esses números reforçam que o problema das quedas em idosos não é pontual nem restrito a grupos específicos, mas uma questão de saúde pública que exige intervenção sistemática.

Fatores de risco e agravantes

Diversos estudos internacionais já identificaram fatores que aumentam a probabilidade de quedas em idosos. Entre eles:

  • Fraqueza muscular e perda de massa (sarcopenia): músculos mais frágeis reduzem a capacidade de equilíbrio e reação rápida.
  • Problemas de equilíbrio e propriocepção: alterações no sistema vestibular ou nos pés, por exemplo.
  • Uso de múltiplos medicamentos (polifarmácia): alguns remédios podem provocar tontura, sonolência ou hipotensão postural.
  • Doenças crônicas: como diabetes, osteoartrite, doenças neurológicas (como Parkinson), entre outras.
  • Ambientes domésticos inadequados ou perigosos: pisos escorregadios, iluminação insuficiente, desníveis, tapetes soltos, ausência de barras de apoio.
  • Declínio cognitivo ou visual: diminuição da capacidade de perceber riscos no ambiente.

No contexto brasileiro, fatores socioeconômicos também podem colaborar: habitações com mais obstáculos, menor acesso a exercícios físicos regulares de fortalecimento e equilíbrio, e desafios no atendimento primário à saúde são variáveis que podem agravar o cenário.

Caminhos para prevenção

Quando uma queda ocorre, as repercussões podem ser severas. Nos casos mais graves, ocorrem fraturas (como de quadril e punho), imobilização prolongada, risco de infecções por imobilidade, redução da mobilidade, isolamento social e até mudanças drásticas na qualidade de vida.

Diante desses dados alarmantes, vale destacar algumas estratégias bem fundamentadas para reduzir o risco de quedas em idosos:

  1. Programa de exercícios físicos focados em fortalecimento muscular, treino de equilíbrio e alongamento.
  2. Avaliação multidisciplinar, envolvendo médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e oftalmologistas, para identificar fatores de risco específicos (exames de visão, revisão medicamentosa, avaliação de mobilidade).
  3. Adaptações no ambiente doméstico: instalar barras de apoio no banheiro, melhorar iluminação, remover tapetes soltos, nivelar superfícies, garantir pisos antiderrapantes, entre outros.
  4. Educação e orientação: informar idosos e cuidadores sobre cuidados simples de segurança no dia-a-dia, como evitar andar em superfícies molhadas, usar calçados adequados, evitar escadas desnecessárias.
  5. Acompanhamento contínuo: idosos que já caíram merecem atenção especial, com monitoramento regular e intervenções personalizadas.

 

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Alzheimer: os primeiros sinais que merecem atenção para um diagnóstico precoce

10 de setembro de 2025

O Alzheimer é a forma mais comum de demência e representa entre 60% e 70% dos casos em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta a memória, raciocínio, comportamento e, em fases avançadas, a autonomia do paciente. No Brasil, estima-se que 1,7 milhão de […]

Alzheimer: os primeiros sinais que merecem atenção para um diagnóstico precoce

O Alzheimer é a forma mais comum de demência e representa entre 60% e 70% dos casos em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta a memória, raciocínio, comportamento e, em fases avançadas, a autonomia do paciente.

No Brasil, estima-se que 1,7 milhão de pessoas convivam com algum tipo de demência, de acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). Com o envelhecimento populacional, esse número tende a crescer nas próximas décadas.

A importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce é fundamental para planejar cuidados, retardar a progressão dos sintomas com acompanhamento médico adequado e oferecer melhor qualidade de vida ao paciente e à família. Por isso, reconhecer os sinais iniciais é essencial.

Alguns sintomas podem parecer parte natural do envelhecimento, mas, quando frequentes e persistentes, devem ser investigados:

  • Perda de memória recente: esquecer informações recém-aprendidas, compromissos ou recados com frequência.
  • Dificuldade em executar tarefas familiares: sentir-se confuso ao realizar atividades que antes eram rotineiras, como cozinhar ou lidar com contas.
  • Desorientação no tempo e no espaço: perder-se em lugares conhecidos ou não lembrar datas e estações do ano.
  • Problemas de linguagem: dificuldade em encontrar palavras ou manter uma conversa.
  • Alterações de humor e comportamento: mudanças repentinas de humor, irritabilidade ou apatia.
  • Julgamento comprometido: decisões inadequadas, como vestir roupas inadequadas para a ocasião ou gastar dinheiro de forma incomum.
  • Isolamento social: afastamento de atividades, hobbies e interações que antes eram prazerosas.

Esses sinais não confirmam o diagnóstico de Alzheimer, mas indicam a necessidade de procurar avaliação médica especializada, que pode incluir exames clínicos, neurológicos e de imagem.

Setembro: um mês para reforçar a conscientização

Setembro também marca o Mês Mundial do Alzheimer, uma iniciativa global criada pela Alzheimer’s Disease International (ADI) para ampliar a conscientização sobre a doença, reduzir o estigma e incentivar o diagnóstico precoce. No Brasil, a ABRAz atua como parceira dessa mobilização.

Enxergar os sinais de alerta é o primeiro passo para oferecer ao paciente cuidado e dignidade. Quanto antes o Alzheimer for diagnosticado, maiores as chances de adotar medidas que preservem a autonomia e a qualidade de vida.

Em caso de dúvidas ou suspeitas, buscar uma clínica de confiança para exames e acompanhamento especializado é fundamental. Afinal, informação e prevenção são aliados poderosos quando o assunto é saúde cerebral.

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Falar, acolher, prevenir: o caminho para reduzir o suicídio

8 de setembro de 2025

O suicídio é uma das maiores preocupações da saúde pública mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021 cerca de 727 mil pessoas morreram por suicídio no mundo, o que representa uma taxa padronizada por idade de 8,9 óbitos a cada 100 mil habitantes. A entidade alerta que, embora os índices […]

Falar, acolher, prevenir: o caminho para reduzir o suicídio

O suicídio é uma das maiores preocupações da saúde pública mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021 cerca de 727 mil pessoas morreram por suicídio no mundo, o que representa uma taxa padronizada por idade de 8,9 óbitos a cada 100 mil habitantes. A entidade alerta que, embora os índices globais tenham caído em alguns países nas últimas duas décadas, o problema continua grave e exige ações urgentes.

No Brasil, o cenário é alarmante: segundo dados do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), ocorrem aproximadamente 14 mil suicídios por ano, o que equivale a 38 mortes por dia. Entre 2010 e 2019, houve um aumento de 43% nos casos registrados, passando de 9.454 para 13.523.

Entre adolescentes, o crescimento é ainda mais preocupante. Levantamento da ABP, em parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV), mostra que entre 2016 e 2021 a taxa de mortalidade por suicídio cresceu 49,3% em jovens de 15 a 19 anos e 45% em adolescentes de 10 a 14 anos.

Jovens e adultos: grupos de risco em todo o mundo

O relatório mais recente da OMS revela que o suicídio é hoje a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. No Brasil, a ABP aponta que 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, muitas vezes não diagnosticados ou tratados corretamente.

Esses números reforçam que a prevenção passa pelo acesso a diagnóstico precoce, tratamento adequado e, sobretudo, pela redução do estigma em torno da saúde mental.

10 de setembro: um dia para falar sobre vida

O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio foi criado em 2003 pela International Association for Suicide Prevention (IASP) em parceria com a OMS. A data, celebrada em 10 de setembro, busca mobilizar governos, instituições de saúde e a sociedade civil em torno de uma questão que ainda é tabu em muitos países.

No Brasil, essa mobilização ganhou força com o Setembro Amarelo, campanha lançada em 2015 pela ABP, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o CVV. Hoje, ela é considerada a maior campanha antiestigma do mundo. O lema “Se precisar, peça ajuda!” reforça a importância de procurar apoio e de falar abertamente sobre sofrimento emocional.

Estratégias eficazes de prevenção

De acordo com a OMS, quatro medidas principais têm impacto comprovado na redução do suicídio:

  • Restringir o acesso a meios letais, como armas de fogo e pesticidas;
  • Capacitar profissionais de saúde e educação para identificar sinais de risco;
  • Promover campanhas de comunicação responsáveis, sem sensacionalismo;
  • Estimular a busca por ajuda, reduzindo estigmas sociais.

No Brasil, o CVV é um dos principais canais de apoio. Fundado em 1962, o centro oferece escuta gratuita e sigilosa, 24 horas por dia, pelo número 188, além de chat e e-mail. São mais de 120 postos de atendimento e 3.400 voluntários em atividade no país.

A importância do diagnóstico e do acolhimento

Para clínicas de saúde e diagnóstico, o papel na prevenção ao suicídio é duplo:

  • Identificar precocemente transtornos mentais como depressão, ansiedade e transtorno bipolar;
  • Orientar pacientes e familiares sobre a importância do acompanhamento médico e psicológico.

Aliar informação de qualidade a um olhar humano é essencial. Afinal, cada vida preservada é uma vitória coletiva.

Se você ou alguém que você conhece precisa conversar, ligue para o CVV – 188. Falar pode transformar e salvar vidas.

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Dormir menos do que o necessário: 5 consequências para a sua saúde

27 de agosto de 2025

O sono é um dos pilares da saúde, assim como a boa alimentação e a prática de atividade física. No entanto, muitas pessoas não dormem a quantidade adequada de horas por noite. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um adulto precisa em média de 7 a 9 horas de sono diárias para […]

Dormir menos do que o necessário: 5 consequências para a sua saúde

O sono é um dos pilares da saúde, assim como a boa alimentação e a prática de atividade física. No entanto, muitas pessoas não dormem a quantidade adequada de horas por noite. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um adulto precisa em média de 7 a 9 horas de sono diárias para manter o organismo em equilíbrio. Quando esse tempo não é respeitado, diversos sistemas do corpo podem ser prejudicados.

Confira cinco riscos da privação de sono para a saúde:

1. Queda da imunidade

Dormir pouco compromete o sistema imunológico, deixando o organismo mais vulnerável a infecções como gripes e resfriados. Estudos apontam que pessoas que dormem menos de 6 horas por noite têm maior chance de adoecer em comparação às que dormem o suficiente.

2. Dificuldades de memória e concentração

O sono é essencial para consolidar a memória e manter o bom funcionamento cognitivo. A falta dele pode causar lapsos de memória, dificuldade de concentração e até reduzir a capacidade de aprendizado.

3. Alterações metabólicas e ganho de peso

A privação de sono desequilibra hormônios ligados à fome e à saciedade, como grelina e leptina. Isso aumenta o apetite, favorecendo o consumo excessivo de calorias e, consequentemente, o ganho de peso. Além disso, há maior risco de desenvolver resistência à insulina, um fator associado ao diabetes tipo 2.

4. Risco cardiovascular

Dormir pouco aumenta a pressão arterial e favorece a inflamação nos vasos sanguíneos. Com o tempo, esses fatores elevam o risco de doenças cardíacas, como hipertensão, infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

5. Saúde mental comprometida

A falta de sono está diretamente ligada a alterações de humor, irritabilidade, ansiedade e maior risco de depressão. Dormir bem é fundamental para o equilíbrio emocional e para a regulação de neurotransmissores no cérebro.

 

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Alterações nas unhas podem revelar sinais de problemas de saúde

25 de agosto de 2025

Quando se pensa em exames e diagnósticos, as unhas dificilmente vêm à mente. Porém, esses pequenos detalhes do corpo podem funcionar como verdadeiros sinais de alerta. Alterações na cor, no formato ou na textura podem indicar que algo não vai bem com a saúde e, em muitos casos, servem como pistas importantes para identificar doenças […]

Alterações nas unhas podem revelar sinais de problemas de saúde

Quando se pensa em exames e diagnósticos, as unhas dificilmente vêm à mente. Porém, esses pequenos detalhes do corpo podem funcionar como verdadeiros sinais de alerta. Alterações na cor, no formato ou na textura podem indicar que algo não vai bem com a saúde e, em muitos casos, servem como pistas importantes para identificar doenças de forma precoce.

A unha como espelho do corpo

As unhas são formadas basicamente por queratina e crescem a partir da matriz ungueal, região rica em vasos sanguíneos. Por isso, mudanças no organismo podem refletir diretamente na sua aparência.

Em condições normais, as unhas apresentam uma superfície lisa, coloração clara e base levemente rosada. Quando surgem manchas, deformações ou mudanças de cor, pode haver relação com deficiências nutricionais, alterações hormonais ou até problemas em órgãos internos.

Alterações mais comuns

Alguns sinais costumam chamar mais atenção dos médicos:

  • Unhas amareladas: podem estar associadas a infecções por fungos ou doenças respiratórias.
  • Unhas azuladas: sugerem baixa oxigenação no sangue, geralmente relacionada a problemas pulmonares ou cardíacos.
  • Manchas brancas: em alguns casos indicam deficiência nutricional ou doenças hepáticas.
  • Ondulações e quebras frequentes: podem aparecer em quadros de psoríase, estresse físico ou carências vitamínicas.
  • Unhas grossas e deformadas: muitas vezes ligadas a micoses ou problemas circulatórios.

Importância do olhar atento

Pesquisas científicas reforçam essa relação. Uma revisão publicada no British Journal of Dermatology analisou mais de 7 mil pacientes e concluiu que em cerca de 30% dos casos, alterações nas unhas aparecem antes de outros sintomas de doenças sistêmicas.

Esses dados reforçam a importância de não ignorar mudanças persistentes no aspecto das unhas.

Muitas vezes, alterações ungueais passam despercebidas ou são vistas apenas como questão estética. No entanto, observar esses sinais pode ser um recurso simples para identificar precocemente alterações de saúde.

Ao notar mudanças na cor, formato ou resistência das unhas, é recomendável procurar atendimento médico. Dependendo da avaliação, podem ser solicitados exames laboratoriais ou de imagem para investigar a causa e orientar o tratamento adequado.