Exercício no pós-parto reduz risco de depressão e fortalece bem-estar da mãe
A maternidade é, sem dúvida, um dos períodos mais intensos da vida de uma mulher. Após o nascimento do bebê, inicia-se uma nova rotina repleta de alegrias, mas também de exigências físicas e emocionais. Nesse contexto, a depressão pós-parto se apresenta como uma condição de saúde mental preocupante, que atinge cerca de 1 em cada […]

A maternidade é, sem dúvida, um dos períodos mais intensos da vida de uma mulher. Após o nascimento do bebê, inicia-se uma nova rotina repleta de alegrias, mas também de exigências físicas e emocionais. Nesse contexto, a depressão pós-parto se apresenta como uma condição de saúde mental preocupante, que atinge cerca de 1 em cada 5 mães no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O que muitos desconhecem, no entanto, é o papel fundamental que o exercício físico pode desempenhar na prevenção e no combate a esse quadro.
Estudo global confirma impacto positivo da atividade física
Uma revisão sistemática feita pela Universidade de Alberta, no Canadá, revelou dados relevantes sobre o impacto do exercício no período pós-parto. Ao analisar 35 estudos realizados em 14 países com mais de 4 mil mulheres, os pesquisadores concluíram que a prática de atividade física regular pode reduzir significativamente os sintomas de depressão e ansiedade pós-parto, mesmo em casos leves ou moderados.
A pesquisa aponta que exercícios leves a moderados, como caminhadas rápidas, natação ou ciclismo, realizados por pelo menos 80 minutos semanais, já são capazes de trazer melhorias substanciais para a saúde mental das mães. Os benefícios são ainda mais expressivos quando a prática chega a 120 minutos por semana, conforme a recomendação da Sociedade Canadense de Fisiologia do Exercício.
Além da diminuição dos sintomas depressivos, as participantes relataram melhora na autoestima, na qualidade do sono e na disposição geral.
Benefícios que vão além do emocional
Além de contribuir com a saúde mental, o exercício no pós-parto também oferece vantagens físicas importantes. A atividade ajuda na recuperação da musculatura abdominal e do assoalho pélvico, auxilia na perda do peso ganho na gestação, melhora a circulação e fortalece a imunidade.
A prática regular também favorece o retorno gradual à rotina anterior à gravidez e proporciona momentos de autocuidado que, muitas vezes, são deixados de lado diante da nova sobrecarga de tarefas com o bebê.
Adaptação e segurança são essenciais
Apesar dos comprovados benefícios, é fundamental que o retorno à atividade física após o parto seja orientado por profissionais da saúde. Cada corpo reage de forma diferente, e fatores como tipo de parto, complicações obstétricas e condições clínicas preexistentes devem ser levados em consideração.
O ideal é que a mulher passe por uma avaliação médica antes de iniciar qualquer programa de exercícios. Em geral, os especialistas indicam que, em casos de parto normal sem complicações, a prática leve pode ser retomada entre duas a quatro semanas após o nascimento. Já em cesarianas, o tempo de espera costuma ser de seis a oito semanas.
Barreiras e soluções
Embora os benefícios sejam evidentes, muitas mulheres enfrentam dificuldades para incluir o exercício em sua rotina. O cansaço extremo, a falta de tempo, o medo de machucar-se e a ausência de apoio são alguns dos obstáculos mais comuns.
Especialistas recomendam alternativas práticas, como caminhadas com o bebê no carrinho ou no sling, aulas online específicas para o pós-parto e grupos de mães com práticas coletivas.
Outra solução é o envolvimento da rede de apoio, companheiros(as), familiares e amigos, para que a mãe tenha um tempo reservado para cuidar de si mesma. A valorização do autocuidado, muitas vezes negligenciada, é essencial para que ela se sinta segura, saudável e emocionalmente disponível para o bebê.