Voltar

62,7% dos idosos brasileiros já sofreram quedas, um perigo para saúde e autonomia

30 de setembro de 2025

Um recente estudo brasileiro, divulgado no primeiro semestre deste ano, acende um sinal de alerta para a questão das quedas na população idosa: conforme levantamento publicado na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 62,7% dos idosos consultados relataram ter sofrido ao menos uma queda. Queda não é apenas um tropeço ou escorregão ocasional. Entre pessoas […]

62,7% dos idosos brasileiros já sofreram quedas, um perigo para saúde e autonomia

Um recente estudo brasileiro, divulgado no primeiro semestre deste ano, acende um sinal de alerta para a questão das quedas na população idosa: conforme levantamento publicado na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 62,7% dos idosos consultados relataram ter sofrido ao menos uma queda.

Queda não é apenas um tropeço ou escorregão ocasional. Entre pessoas mais velhas, esse tipo de ocorrência pode desencadear fraturas, hospitalizações, perda de autonomia e até risco de morte. Por isso, a constatação de uma prevalência tão elevada — quase dois em cada três idosos — no Brasil merece atenção especial.

Embora existam estimativas globais e regionais sobre a incidência de quedas em idosos, este estudo sugere que o Brasil pode estar acima da média mundial. Se confirmada, essa discrepância pode refletir fatores sociodemográficos, limitações no sistema de saúde, desigualdade no acesso a cuidados preventivos, ambientes não adaptados, entre outros.

Sobre o estudo

O levantamento foi conduzido por pesquisadores brasileiros e incluiu uma amostra significativa de idosos residentes em diversas regiões do país (detalhes metodológicos como tamanho da amostra, critérios de seleção e faixa etária podem ser consultados no artigo original).

Os resultados indicaram que, entre os indivíduos entrevistados:

  • 62,7% relataram ter sofrido pelo menos uma queda no período considerado pela pesquisa;
  • Muitos relataram quedas repetidas, ou quedas que geraram consequências físicas (como dor, limitação funcional etc.).

Esses números reforçam que o problema das quedas em idosos não é pontual nem restrito a grupos específicos, mas uma questão de saúde pública que exige intervenção sistemática.

Fatores de risco e agravantes

Diversos estudos internacionais já identificaram fatores que aumentam a probabilidade de quedas em idosos. Entre eles:

  • Fraqueza muscular e perda de massa (sarcopenia): músculos mais frágeis reduzem a capacidade de equilíbrio e reação rápida.
  • Problemas de equilíbrio e propriocepção: alterações no sistema vestibular ou nos pés, por exemplo.
  • Uso de múltiplos medicamentos (polifarmácia): alguns remédios podem provocar tontura, sonolência ou hipotensão postural.
  • Doenças crônicas: como diabetes, osteoartrite, doenças neurológicas (como Parkinson), entre outras.
  • Ambientes domésticos inadequados ou perigosos: pisos escorregadios, iluminação insuficiente, desníveis, tapetes soltos, ausência de barras de apoio.
  • Declínio cognitivo ou visual: diminuição da capacidade de perceber riscos no ambiente.

No contexto brasileiro, fatores socioeconômicos também podem colaborar: habitações com mais obstáculos, menor acesso a exercícios físicos regulares de fortalecimento e equilíbrio, e desafios no atendimento primário à saúde são variáveis que podem agravar o cenário.

Caminhos para prevenção

Quando uma queda ocorre, as repercussões podem ser severas. Nos casos mais graves, ocorrem fraturas (como de quadril e punho), imobilização prolongada, risco de infecções por imobilidade, redução da mobilidade, isolamento social e até mudanças drásticas na qualidade de vida.

Diante desses dados alarmantes, vale destacar algumas estratégias bem fundamentadas para reduzir o risco de quedas em idosos:

  1. Programa de exercícios físicos focados em fortalecimento muscular, treino de equilíbrio e alongamento.
  2. Avaliação multidisciplinar, envolvendo médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e oftalmologistas, para identificar fatores de risco específicos (exames de visão, revisão medicamentosa, avaliação de mobilidade).
  3. Adaptações no ambiente doméstico: instalar barras de apoio no banheiro, melhorar iluminação, remover tapetes soltos, nivelar superfícies, garantir pisos antiderrapantes, entre outros.
  4. Educação e orientação: informar idosos e cuidadores sobre cuidados simples de segurança no dia-a-dia, como evitar andar em superfícies molhadas, usar calçados adequados, evitar escadas desnecessárias.
  5. Acompanhamento contínuo: idosos que já caíram merecem atenção especial, com monitoramento regular e intervenções personalizadas.

 

Voltar

Alzheimer: os primeiros sinais que merecem atenção para um diagnóstico precoce

10 de setembro de 2025

O Alzheimer é a forma mais comum de demência e representa entre 60% e 70% dos casos em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta a memória, raciocínio, comportamento e, em fases avançadas, a autonomia do paciente. No Brasil, estima-se que 1,7 milhão de […]

Alzheimer: os primeiros sinais que merecem atenção para um diagnóstico precoce

O Alzheimer é a forma mais comum de demência e representa entre 60% e 70% dos casos em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta a memória, raciocínio, comportamento e, em fases avançadas, a autonomia do paciente.

No Brasil, estima-se que 1,7 milhão de pessoas convivam com algum tipo de demência, de acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). Com o envelhecimento populacional, esse número tende a crescer nas próximas décadas.

A importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce é fundamental para planejar cuidados, retardar a progressão dos sintomas com acompanhamento médico adequado e oferecer melhor qualidade de vida ao paciente e à família. Por isso, reconhecer os sinais iniciais é essencial.

Alguns sintomas podem parecer parte natural do envelhecimento, mas, quando frequentes e persistentes, devem ser investigados:

  • Perda de memória recente: esquecer informações recém-aprendidas, compromissos ou recados com frequência.
  • Dificuldade em executar tarefas familiares: sentir-se confuso ao realizar atividades que antes eram rotineiras, como cozinhar ou lidar com contas.
  • Desorientação no tempo e no espaço: perder-se em lugares conhecidos ou não lembrar datas e estações do ano.
  • Problemas de linguagem: dificuldade em encontrar palavras ou manter uma conversa.
  • Alterações de humor e comportamento: mudanças repentinas de humor, irritabilidade ou apatia.
  • Julgamento comprometido: decisões inadequadas, como vestir roupas inadequadas para a ocasião ou gastar dinheiro de forma incomum.
  • Isolamento social: afastamento de atividades, hobbies e interações que antes eram prazerosas.

Esses sinais não confirmam o diagnóstico de Alzheimer, mas indicam a necessidade de procurar avaliação médica especializada, que pode incluir exames clínicos, neurológicos e de imagem.

Setembro: um mês para reforçar a conscientização

Setembro também marca o Mês Mundial do Alzheimer, uma iniciativa global criada pela Alzheimer’s Disease International (ADI) para ampliar a conscientização sobre a doença, reduzir o estigma e incentivar o diagnóstico precoce. No Brasil, a ABRAz atua como parceira dessa mobilização.

Enxergar os sinais de alerta é o primeiro passo para oferecer ao paciente cuidado e dignidade. Quanto antes o Alzheimer for diagnosticado, maiores as chances de adotar medidas que preservem a autonomia e a qualidade de vida.

Em caso de dúvidas ou suspeitas, buscar uma clínica de confiança para exames e acompanhamento especializado é fundamental. Afinal, informação e prevenção são aliados poderosos quando o assunto é saúde cerebral.

Voltar

Falar, acolher, prevenir: o caminho para reduzir o suicídio

8 de setembro de 2025

O suicídio é uma das maiores preocupações da saúde pública mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021 cerca de 727 mil pessoas morreram por suicídio no mundo, o que representa uma taxa padronizada por idade de 8,9 óbitos a cada 100 mil habitantes. A entidade alerta que, embora os índices […]

Falar, acolher, prevenir: o caminho para reduzir o suicídio

O suicídio é uma das maiores preocupações da saúde pública mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021 cerca de 727 mil pessoas morreram por suicídio no mundo, o que representa uma taxa padronizada por idade de 8,9 óbitos a cada 100 mil habitantes. A entidade alerta que, embora os índices globais tenham caído em alguns países nas últimas duas décadas, o problema continua grave e exige ações urgentes.

No Brasil, o cenário é alarmante: segundo dados do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), ocorrem aproximadamente 14 mil suicídios por ano, o que equivale a 38 mortes por dia. Entre 2010 e 2019, houve um aumento de 43% nos casos registrados, passando de 9.454 para 13.523.

Entre adolescentes, o crescimento é ainda mais preocupante. Levantamento da ABP, em parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV), mostra que entre 2016 e 2021 a taxa de mortalidade por suicídio cresceu 49,3% em jovens de 15 a 19 anos e 45% em adolescentes de 10 a 14 anos.

Jovens e adultos: grupos de risco em todo o mundo

O relatório mais recente da OMS revela que o suicídio é hoje a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. No Brasil, a ABP aponta que 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, muitas vezes não diagnosticados ou tratados corretamente.

Esses números reforçam que a prevenção passa pelo acesso a diagnóstico precoce, tratamento adequado e, sobretudo, pela redução do estigma em torno da saúde mental.

10 de setembro: um dia para falar sobre vida

O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio foi criado em 2003 pela International Association for Suicide Prevention (IASP) em parceria com a OMS. A data, celebrada em 10 de setembro, busca mobilizar governos, instituições de saúde e a sociedade civil em torno de uma questão que ainda é tabu em muitos países.

No Brasil, essa mobilização ganhou força com o Setembro Amarelo, campanha lançada em 2015 pela ABP, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o CVV. Hoje, ela é considerada a maior campanha antiestigma do mundo. O lema “Se precisar, peça ajuda!” reforça a importância de procurar apoio e de falar abertamente sobre sofrimento emocional.

Estratégias eficazes de prevenção

De acordo com a OMS, quatro medidas principais têm impacto comprovado na redução do suicídio:

  • Restringir o acesso a meios letais, como armas de fogo e pesticidas;
  • Capacitar profissionais de saúde e educação para identificar sinais de risco;
  • Promover campanhas de comunicação responsáveis, sem sensacionalismo;
  • Estimular a busca por ajuda, reduzindo estigmas sociais.

No Brasil, o CVV é um dos principais canais de apoio. Fundado em 1962, o centro oferece escuta gratuita e sigilosa, 24 horas por dia, pelo número 188, além de chat e e-mail. São mais de 120 postos de atendimento e 3.400 voluntários em atividade no país.

A importância do diagnóstico e do acolhimento

Para clínicas de saúde e diagnóstico, o papel na prevenção ao suicídio é duplo:

  • Identificar precocemente transtornos mentais como depressão, ansiedade e transtorno bipolar;
  • Orientar pacientes e familiares sobre a importância do acompanhamento médico e psicológico.

Aliar informação de qualidade a um olhar humano é essencial. Afinal, cada vida preservada é uma vitória coletiva.

Se você ou alguém que você conhece precisa conversar, ligue para o CVV – 188. Falar pode transformar e salvar vidas.