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Prematuridade: sinais, causas e formas de prevenção

19 de novembro de 2025

A gestação humana completa costuma durar entre 37 e 42 semanas. Quando o bebê nasce antes da 37ª semana de gestação, ele é classificado como prematuro ou pré-termo. No Brasil, mais de 12% dos nascimentos ocorrem antes desse marco, o que representa cerca de 300 mil a 340 mil bebês por ano. O país está […]

Prematuridade: sinais, causas e formas de prevenção

A gestação humana completa costuma durar entre 37 e 42 semanas. Quando o bebê nasce antes da 37ª semana de gestação, ele é classificado como prematuro ou pré-termo. No Brasil, mais de 12% dos nascimentos ocorrem antes desse marco, o que representa cerca de 300 mil a 340 mil bebês por ano. O país está entre os dez no mundo com o maior número de nascimentos prematuros.

Esta realidade tem múltiplas consequências. Os recém-nascidos prematuros, dependendo da idade gestacional em que nasceram, podem apresentar órgãos imaturos, baixo peso, maior risco de infecções, internações prolongadas em UTIs neonatais, além de maior probabilidade de sequelas motoras, neurológicas, respiratórias ou metabólicas de médio e longo prazo.

Sinais de alerta

Para que se possa reconhecer situações de risco ou agir de modo a reduzir impactos, é importante estar atento aos seguintes sinais durante a gestação e no recém-nascido:

Durante a gestação:

  • Contrações antes da 37ª semana, mesmo que leves ou intermitentes;
  • Rompimento prematuro da bolsa sem trabalho de parto iniciado (conhecida como ruptura prematura das membranas;
  • Sangramento ou dor uterina inexplicada;
  • Diminuição ou suspensão dos movimentos fetais;
  • Infecções maternas (como urinárias ou genitais), hipertensão, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional;
  • Gestação múltipla (gêmeos, trigêmeos etc);
  • Intervalo muito curto entre gestações ou gravidez em idade materna muito jovem ou avançada.

No recém-nascido:

  • Peso muito baixo para a idade gestacional (por exemplo, abaixo de 1.500 g nos muito prematuros);
  • Dificuldade respiratória, como respiração rápida ou esforço;
  • Manutenção da temperatura do corpo difícil (hipotermia);
  • Alimentação difícil ou ingestão reduzida;
  • Maior suscetibilidade a infecções;
  • Possível necessidade de cuidados intensivos neonatais.

Esses sinais não significam automaticamente que haverá complicações graves, mas indicam a necessidade de acompanhamento especializado e preparo adequado para minimizar riscos.

Causas e fatores de risco

Entender as causas e fatores de risco ajuda a direcionar ações mais eficazes. A prematuridade tem múltiplas origens: algumas podem ser modificadas, outras não, e geralmente interagem entre si.

Fatores maternos ou gestacionais:

  • Infecções maternas, doença placentária, má formação uterina, insuficiência istmo-cervical;
  • Hipertensão crônica, diabetes, desnutrição ou anemia materna;
  • Gravidez múltipla ou fertilização in vitro (que aumenta risco de múltiplos);
  • Ruptura prematura de membranas ou trabalho de parto espontâneo antes da 37ª semana;
  • Idade materna muito jovem (adolescente) ou avançada, e intervalo curto entre gestações;
  • Estilos de vida: tabagismo, abuso de álcool ou drogas, baixo nível de escolaridade, condições socioeconômicas desfavoráveis.

Fatores associados ao contexto socioeconômico e de saúde:

  • Acesso limitado ao pré-natal de qualidade ou início tardio das consultas;
  • Falta de educação sobre cuidados gestacionais, nutrição e risco materno-fetal;
  • Desigualdades regionais: por exemplo, o boletim do Ministério da Saúde mostrou que, entre 2012 e 2022, a Região Norte apresentou as maiores taxas de prematuridade no país.

Como prevenir

Prevenir não significa garantir que todos os nascimentos ocorram após as 37 semanas, pois há situações que fogem ao controle. Mas significa reduzir o risco, melhorar o acompanhamento e favorecer melhores desfechos para os bebês que nascem antes do tempo.

  1. Início precoce e qualidade do pré-natal

Garantir que a gestante tenha acesso a consultas antenatais regulares, com início até a 12ª semana de gestação, e que todos os exames previstos sejam realizados. O acompanhamento adequado permite identificar e tratar infecções, controlar hipertensão, diabetes, anemia e monitorar o crescimento fetal.

  1. Promoção de estilos de vida saudáveis

Incentivo à nutrição adequada, cessação do tabagismo, abstinência de álcool e drogas ilícitas durante a gestação, orientação sobre repouso ou atividade física moderada conforme indicação médica. Reduzir fatores de risco modificáveis contribui para menor chance de complicações.

  1. Planejamento familiar e intervalos entre gestações

Assegurar que a gestação ocorra em momento adequado, com suporte para mulheres adolescentes ou em idade materna avançada, e que haja intervalo suficiente entre uma gestação e outra para recuperação materna.

  1. Estratégias para cuidados de risco

Nos casos identificados com risco aumentado (gestação múltipla, malformação uterina, placenta prévia, etc.), o acompanhamento deve ser mais intensivo, com possível encaminhamento a maternidades de referência, e adoção de protocolos para antecipar ou tratar complicações.

  1. Educação e políticas de saúde pública

A consciência social sobre prematuridade ainda é relativamente baixa. Por isso, campanhas como o Novembro Roxo, realizado ao longo de todo o mês e especialmente lembrado no Dia Mundial da Prematuridade (17 de novembro), são fundamentais para sensibilizar a população e fortalecer políticas de atenção materno-infantil.

  1. Evitar intervenções desnecessárias de parto prematuro

Quando possível, respeitar o tempo mínimo gestacional, evitando cesarianas ou induções de parto sem indicação clínica, para que o bebê tenha tempo adequado de desenvolvimento intrauterino.

 

 

 

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