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Falar, acolher, prevenir: o caminho para reduzir o suicídio

8 de setembro de 2025

O suicídio é uma das maiores preocupações da saúde pública mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021 cerca de 727 mil pessoas morreram por suicídio no mundo, o que representa uma taxa padronizada por idade de 8,9 óbitos a cada 100 mil habitantes. A entidade alerta que, embora os índices […]

Falar, acolher, prevenir: o caminho para reduzir o suicídio

O suicídio é uma das maiores preocupações da saúde pública mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021 cerca de 727 mil pessoas morreram por suicídio no mundo, o que representa uma taxa padronizada por idade de 8,9 óbitos a cada 100 mil habitantes. A entidade alerta que, embora os índices globais tenham caído em alguns países nas últimas duas décadas, o problema continua grave e exige ações urgentes.

No Brasil, o cenário é alarmante: segundo dados do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), ocorrem aproximadamente 14 mil suicídios por ano, o que equivale a 38 mortes por dia. Entre 2010 e 2019, houve um aumento de 43% nos casos registrados, passando de 9.454 para 13.523.

Entre adolescentes, o crescimento é ainda mais preocupante. Levantamento da ABP, em parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV), mostra que entre 2016 e 2021 a taxa de mortalidade por suicídio cresceu 49,3% em jovens de 15 a 19 anos e 45% em adolescentes de 10 a 14 anos.

Jovens e adultos: grupos de risco em todo o mundo

O relatório mais recente da OMS revela que o suicídio é hoje a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. No Brasil, a ABP aponta que 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, muitas vezes não diagnosticados ou tratados corretamente.

Esses números reforçam que a prevenção passa pelo acesso a diagnóstico precoce, tratamento adequado e, sobretudo, pela redução do estigma em torno da saúde mental.

10 de setembro: um dia para falar sobre vida

O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio foi criado em 2003 pela International Association for Suicide Prevention (IASP) em parceria com a OMS. A data, celebrada em 10 de setembro, busca mobilizar governos, instituições de saúde e a sociedade civil em torno de uma questão que ainda é tabu em muitos países.

No Brasil, essa mobilização ganhou força com o Setembro Amarelo, campanha lançada em 2015 pela ABP, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o CVV. Hoje, ela é considerada a maior campanha antiestigma do mundo. O lema “Se precisar, peça ajuda!” reforça a importância de procurar apoio e de falar abertamente sobre sofrimento emocional.

Estratégias eficazes de prevenção

De acordo com a OMS, quatro medidas principais têm impacto comprovado na redução do suicídio:

  • Restringir o acesso a meios letais, como armas de fogo e pesticidas;
  • Capacitar profissionais de saúde e educação para identificar sinais de risco;
  • Promover campanhas de comunicação responsáveis, sem sensacionalismo;
  • Estimular a busca por ajuda, reduzindo estigmas sociais.

No Brasil, o CVV é um dos principais canais de apoio. Fundado em 1962, o centro oferece escuta gratuita e sigilosa, 24 horas por dia, pelo número 188, além de chat e e-mail. São mais de 120 postos de atendimento e 3.400 voluntários em atividade no país.

A importância do diagnóstico e do acolhimento

Para clínicas de saúde e diagnóstico, o papel na prevenção ao suicídio é duplo:

  • Identificar precocemente transtornos mentais como depressão, ansiedade e transtorno bipolar;
  • Orientar pacientes e familiares sobre a importância do acompanhamento médico e psicológico.

Aliar informação de qualidade a um olhar humano é essencial. Afinal, cada vida preservada é uma vitória coletiva.

Se você ou alguém que você conhece precisa conversar, ligue para o CVV – 188. Falar pode transformar e salvar vidas.

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