Osteoporose é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em idosos
A osteoporose é uma doença crônica caracterizada pela perda progressiva de densidade óssea, tornando os ossos frágeis e mais suscetíveis a fraturas. Com o envelhecimento da população mundial, a doença se tornou uma das principais causas de morbidade e mortalidade entre os idosos. No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que aproximadamente 10 milhões […]
A osteoporose é uma doença crônica caracterizada pela perda progressiva de densidade óssea, tornando os ossos frágeis e mais suscetíveis a fraturas. Com o envelhecimento da população mundial, a doença se tornou uma das principais causas de morbidade e mortalidade entre os idosos. No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que aproximadamente 10 milhões de pessoas sofrem de osteoporose, com maior prevalência entre mulheres após a menopausa. Estima-se que 50% das mulheres e 20% dos homens com 50 anos ou mais sofrerão uma fratura osteoporótica em algum momento da vida.
As fraturas osteoporóticas, especialmente as de quadril, coluna vertebral e punho, podem gerar complicações graves, como dor crônica, perda da mobilidade, deformidades e até morte. No Brasil, a fratura de fêmur é uma das mais prevalentes entre os idosos. Um estudo realizado no Rio de Janeiro mostrou que, após uma fratura de fêmur, a mortalidade em três meses chega a 23,6%, e até 20% dos pacientes morrem no primeiro ano após o incidente. Nos Estados Unidos, a taxa de mortalidade hospitalar após fratura de quadril é de aproximadamente 5%, e 12% dos pacientes morrem nos três meses subsequentes à fratura.
Fatores de risco e causas
A osteoporose pode ser causada por uma variedade de fatores, que incluem tanto aspectos genéticos quanto ambientais e comportamentais. Entre os principais fatores de risco estão a deficiência de cálcio e vitamina D, sedentarismo, menopausa precoce, uso prolongado de certos medicamentos (como corticóides), doenças endócrinas (como diabetes e hiperparatireoidismo) e o consumo excessivo de álcool e tabaco.
Além disso, outras condições de saúde, como artrite reumatoide, insuficiência renal e talassemia, também podem aumentar o risco de desenvolvimento da osteoporose. A perda óssea é silenciosa e assintomática até que uma fratura ocorra, o que torna a prevenção e o diagnóstico precoce fundamentais para reduzir a morbidade associada à doença.
A osteoporose afeta desproporcionalmente as mulheres, especialmente após a menopausa, devido à queda na produção de estrogênio, hormônio que contribui para a manutenção da densidade óssea. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 30% a 50% das mulheres acima dos 50 anos podem apresentar osteoporose em algum grau. Já entre os homens, a doença tende a se manifestar mais tardiamente, mas também representa um risco significativo de fraturas e complicações graves.
O impacto das fraturas osteoporóticas vai além das complicações físicas. Elas representam um importante fator de perda de independência funcional entre os idosos, além de estarem associadas a uma piora significativa na qualidade de vida. Pacientes com fratura de quadril, por exemplo, muitas vezes necessitam de hospitalização prolongada e, em muitos casos, não recuperam a mobilidade prévia, precisando de assistência para atividades diárias. Isso aumenta a sobrecarga para os sistemas de saúde e para as famílias, que muitas vezes precisam prover cuidados contínuos.
Prevenção e tratamento
A prevenção da osteoporose começa com a adoção de hábitos saudáveis ao longo da vida. O consumo adequado de cálcio e vitamina D, a prática regular de exercícios físicos e a exposição moderada ao sol são medidas simples que podem contribuir significativamente para a saúde óssea. A prática de exercícios de impacto moderado, como caminhadas e musculação, estimula a formação óssea e ajuda a manter a densidade óssea em níveis saudáveis.
Em indivíduos com risco elevado de osteoporose, o uso de medicamentos pode ser indicado para prevenir a perda óssea. Esses medicamentos, como os bifosfonatos, ajudam a retardar a reabsorção óssea, preservando a densidade mineral. Além disso, mulheres na pós-menopausa podem se beneficiar de terapias hormonais, que ajudam a compensar a perda de estrogênio e sua relação com a diminuição da densidade óssea.
Segundo o Ministério da Saúde, a densitometria óssea é o exame mais utilizado para o diagnóstico da osteoporose, sendo recomendado especialmente para mulheres acima de 65 anos e homens a partir de 70. No entanto, o exame pode ser realizado em idades mais jovens para aqueles que apresentam fatores de risco, como histórico familiar de osteoporose ou fraturas por fragilidade, uso crônico de corticoides, doenças reumáticas e autoimunes, pacientes pós-cirurgia bariátrica e portadores de doença celíaca (principalmente em crianças).