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Ômega-3 pode desacelerar o envelhecimento biológico, apontam pesquisadores

11 de fevereiro de 2025

A suplementação com 1 grama de ômega-3 pode retardar o envelhecimento biológico em humanos. Um estudo publicado na revista Nature Aging analisou dados de um ensaio clínico com mais de 700 idosos ao longo de três anos e encontrou fortes indícios desse benefício. Pesquisas anteriores com animais e ensaios menores já indicavam vantagens de substâncias […]

Ômega-3 pode desacelerar o envelhecimento biológico, apontam pesquisadores

A suplementação com 1 grama de ômega-3 pode retardar o envelhecimento biológico em humanos. Um estudo publicado na revista Nature Aging analisou dados de um ensaio clínico com mais de 700 idosos ao longo de três anos e encontrou fortes indícios desse benefício.

Pesquisas anteriores com animais e ensaios menores já indicavam vantagens de substâncias como vitamina D e ômega-3. No entanto, a eficácia em humanos ainda era incerta. Agora, os novos dados mostram que a ingestão diária de ômega-3 pode modular positivamente o envelhecimento biológico.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas utilizaram ferramentas de biologia molecular conhecidas como relógios epigenéticos para medir os impactos da suplementação. O ensaio envolveu 777 participantes com 70 anos ou mais na Suíça, divididos em oito grupos. Durante três anos, os idosos receberam doses diárias de 2.000 unidades internacionais (UI) de vitamina D, 1 grama de ômega-3 e praticaram exercícios físicos por 30 minutos, três vezes por semana.

A análise do sangue dos participantes revelou que o ômega-3 desacelerou o envelhecimento biológico em até quatro meses, independentemente de fatores como idade, sexo ou índice de massa corporal. Além disso, a combinação com vitamina D e exercício físico apresentou um efeito ainda mais expressivo, reduzindo o risco de câncer e fragilidade. Os pesquisadores sugerem que a interação entre esses três fatores potencializa seus efeitos, reforçando a importância de uma abordagem integrada para promover a longevidade saudável.

Os relógios epigenéticos utilizados no estudo medem as alterações químicas no DNA, chamadas de metilação, que indicam o ritmo do envelhecimento biológico. Esses mecanismos funcionam como marcadores do tempo das células e ajudam a entender se o corpo está envelhecendo mais rápido ou mais devagar do que o esperado. O estudo apontou que o consumo de ômega-3 desacelerou esse processo em três dos quatro modelos analisados.

Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores destacam que ainda não há um padrão universal para medir o envelhecimento biológico. Além disso, como o estudo foi realizado apenas com idosos suíços, sua aplicabilidade em outras populações pode ser limitada. Fatores como genética, hábitos alimentares e acesso à saúde influenciam os resultados e podem gerar variações significativas em diferentes contextos.

A baixa ingestão de ômega-3 na dieta ocidental é um dos desafios para aproveitar os benefícios dessa substância. A redução do consumo de peixes ricos nesse nutriente, como salmão, sardinha e arenque, e a prevalência de peixes de cativeiro com menor teor nutricional são algumas das causas dessa deficiência. No Brasil, a dificuldade no acesso a uma alimentação equilibrada e a carência de proteínas na dieta da população idosa também podem impactar a efetividade desses suplementos.

Como próximo passo, os cientistas planejam expandir as análises para participantes de outros países, como Alemanha, França, Áustria e Portugal, que apresentam maior diversidade genética e de estilo de vida. Além disso, está em desenvolvimento uma plataforma focada na longevidade saudável, que pretende reunir pesquisadores e empresas para criar tecnologias capazes de medir o envelhecimento dos órgãos e detectar problemas de saúde precocemente. O objetivo é desenvolver soluções acessíveis e eficazes para promover o envelhecimento saudável em diferentes populações.

 

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