Do diagnóstico à prevenção: o que você precisa saber sobre o HIV no Brasil
O HIV continua sendo uma questão de saúde pública relevante no Brasil, exigindo atenção constante de governos, profissionais da saúde e da sociedade. Dados recentes do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2023 trazem um panorama atualizado da epidemia, destacando progressos no tratamento e áreas que ainda carecem de esforços mais intensos. Em 2022, o Brasil registrou […]
O HIV continua sendo uma questão de saúde pública relevante no Brasil, exigindo atenção constante de governos, profissionais da saúde e da sociedade. Dados recentes do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2023 trazem um panorama atualizado da epidemia, destacando progressos no tratamento e áreas que ainda carecem de esforços mais intensos.
Em 2022, o Brasil registrou mais de 10 mil óbitos relacionados ao HIV. Apesar disso, o número de pessoas em tratamento com antirretrovirais cresceu, chegando a 770 mil até setembro de 2023, um aumento de 5% em relação ao ano anterior. Este crescimento é resultado de ações para ampliar o acesso ao diagnóstico e tratamento, incluindo a disponibilização gratuita de medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A maioria das novas infecções ocorre em pessoas de 25 a 44 anos, com destaque para homens que fazem sexo com homens (HSH), que representam 42,3% dos casos. Além disso, disparidades raciais preocupam: 61,7% das mortes registradas em 2022 ocorreram entre pessoas pretas e pardas, evidenciando desigualdades no acesso à saúde e à informação.
Prevenção
A prevenção é a principal ferramenta para reduzir a disseminação do HIV. Entre as estratégias disponíveis estão:
- Uso de preservativos: considerados os métodos mais eficazes e acessíveis para evitar a transmissão do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
- Profilaxias PrEP e PEP: a PrEP (profilaxia pré-exposição) é indicada para grupos de maior risco e pode ser usada de forma contínua. Já a PEP (profilaxia pós-exposição) é uma medida emergencial disponível até 72 horas após uma possível exposição ao vírus. Ambas estão disponíveis no SUS.
- Testagem regular: realizar exames periódicos permite o diagnóstico precoce e possibilita o início imediato do tratamento, reduzindo o risco de complicações e a transmissão.
- Educação sexual: campanhas educativas e conversas abertas são essenciais para desmistificar o HIV, combater o estigma e disseminar informações corretas sobre saúde sexual.
Avanços e metas futuros
A meta global da ONU, chamada de 95-95-95, visa que até 2030: 95% das pessoas com HIV saibam de seu diagnóstico, 95% destas estejam em tratamento e 95% atinjam carga viral indetectável. No Brasil, o aumento no número de pessoas em tratamento e os esforços para ampliação da testagem são passos significativos nesse sentido
Apesar do progresso, desafios permanecem, especialmente em relação ao estigma e à desigualdade de acesso. Somente com a combinação de educação, prevenção e tratamento será possível enfrentar efetivamente o HIV e garantir um futuro mais saudável para todos.