Vacinação: por que doenças erradicadas estão voltando?
Tomar vacina virou um hábito comum dos brasileiros desde muito cedo: já nos primeiros meses de vida, somos imunizados contra diversas doenças, recebendo vacinas como a tríplice viral, que combate o sarampo, a rubéola e a caxumba. Isso garantiu o controle e a erradicação de diversas enfermidades, mas há um problema que começa a aparecer: […]
Tomar vacina virou um hábito comum dos brasileiros desde muito cedo: já nos primeiros meses de vida, somos imunizados contra diversas doenças, recebendo vacinas como a tríplice viral, que combate o sarampo, a rubéola e a caxumba. Isso garantiu o controle e a erradicação de diversas enfermidades, mas há um problema que começa a aparecer: doenças erradicadas voltaram a ser uma ameaça.
A erradicação de uma doença acontece quando ela deixa de existir em todo o planeta. Até hoje, o único caso de doença efetivamente erradicada foi o da varíola, considerada extinta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1980.
Apesar disso, outras doenças podem ser consideradas eliminadas – quando elas desaparecem de determinados locais do planeta, mas continuam em circulação em outros.
Um bom exemplo é o sarampo: em 2016, o Brasil recebeu uma certificação de erradicação da doença pela OMS. Infelizmente, o vírus voltou a circular no país em 2018.
No caso da poliomielite, o Brasil não registra casos da doença desde 1994, mas a cobertura vacinal cada vez mais baixa pode criar condições para o ressurgimento do vírus: em 2021, apenas 70% do público-alvo acima de quatro anos foi vacinado, quando a taxa de vacinação recomendada é de 95%.
Por que doenças erradicadas estão voltando?
O hábito da população brasileira de se vacinar desde cedo ajudou a eliminar do país muitas doenças que continuam causando problemas em outros locais. O problema é que a taxa de vacinação no país vem caindo ao longo dos anos, o que pode favorecer o ressurgimento de doenças que já não circulam entre nós.
De acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde, 18% das pessoas relatam ter medo de reações às vacinas, e 14% afirmam que imunizantes para doenças que não existem mais são desnecessárias.
Essa desinformação, aliada à ausência de campanhas de vacinação efetivas nos últimos anos, tem levado um número cada vez menor de pessoas aos postos de saúde para se vacinar.
Um ponto importante que precisa ser divulgado é que as vacinas são completamente seguras. Elas passam por um longo processo de testes de efetividade e segurança antes de serem aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Foi o caso, por exemplo, das vacinas desenvolvidas contra a Covid-19, que ajudaram a salvar milhões de vidas no Brasil e no mundo.
Além disso, é preciso tomar continuamente os imunizantes contra doenças consideradas eliminadas ou erradicadas. Dependendo da doença, a proteção oferecida pela vacina diminui ao longo do tempo, e por isso existem as doses de reforço. A vacinação protege nosso sistema imunológico e ajuda a manter os agentes causadores de enfermidades sob controle.
Vacinar é um ato de amor coletivo. Por isso, não pense duas vezes: vacine-se sempre que for necessário.