Varíola dos macacos: o que você precisa saber sobre a doença
Desde o mês de maio de 2022, o mundo vem passando por um surto de varíola dos macacos, uma doença provocada pelo vírus monkeypox. Embora pouco conhecida em boa parte do mundo, a varíola dos macacos já existe há décadas e é endêmica em algumas partes da África. Entenda o que é a varíola dos […]
Desde o mês de maio de 2022, o mundo vem passando por um surto de varíola dos macacos, uma doença provocada pelo vírus monkeypox. Embora pouco conhecida em boa parte do mundo, a varíola dos macacos já existe há décadas e é endêmica em algumas partes da África. Entenda o que é a varíola dos macacos, quais os sintomas e como se prevenir.
O vírus monkeypox foi inicialmente descoberto em macacos no ano de 1958 e o primeiro caso em humanos foi registrado na República Democrática do Congo, em 1970. Desde então, surtos da doença vêm ocorrendo com certa frequência, mas geralmente restritos a países da África Central e o Ocidental – regiões onde prevalecem florestas tropicais que abrigam animais que podem portar o vírus.
O que é a varíola dos macacos
A doença é provocada por um vírus da família dos orthopoxvírus, da mesma família do vírus que provoca a varíola humana, condição muito mais letal que foi erradicada na década de 1980 após uma extensa campanha de vacinação.
Classificada como uma zoonose viral – ou seja, doença em que a transmissão geralmente ocorre a partir de um animal infectado para um ser humano -, a varíola dos macacos também pode se propagar entre pessoas, o que aumenta a chance de surtos como o quem vem ocorrendo em 2022.
Existem dois tipos de vírus que provocam a varíola dos macacos: o da África Ocidental, que tem taxa de mortalidade de cerca de 1%; e o da Bacia do Congo (África Central), cuja mortalidade pode chegar a 10%.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, crianças e pessoas imunodeprimidas têm maior risco de desenvolver formas graves da doença.
Quais os sintomas
Alguns dos sintomas da varíola dos macacos são inespecíficos, como febre, fraqueza, dor de cabeça e dor nas costas. Mas a doença também produz sintomas mais característicos, que incluem:
- Gânglios linfáticos inchados;
- Calafrios;
- Lesões na pele que aparecem cerca de um a três dias depois da febre.
As lesões cutâneas provocadas pela varíola dos macacos também são conhecidas como exantemas e costumam aparecer inicialmente no rosto antes de se espalhar pelo resto do corpo, inclusive nos órgãos genitais. Elas podem ser planas ou elevadas, pruriginosas ou dolorosas, e são preenchidas com um líquido amarelado.
Com o avanço da infecção, as lesões secam e formam uma crosta, que depois cai.
Segundo a OMS, as lesões do surto atual de varíola dos macacos apresentam algumas características distintas da forma clássica da doença, incluindo:
- Aparecimento de poucas ou mesmo de uma única lesão no corpo;
- Lesões que ficam restritas à área genital e anal;
- Lesões que aparecem antes da febre.
A maioria das pessoas desenvolve uma forma autolimitada – ou seja, que desaparece sem tratamento – da infecção, que geralmente leva entre duas e quatro semanas para sumir.
Como ocorre o contágio
O contágio da varíola dos macacos acontece por via respiratória, por gotículas expelidas por uma pessoa ou animal infectado; pelo contato direto com as lesões características da doença; pelo contato com secreções e fluidos corporais de pessoas infectadas; e pela utilização de objetos pessoais, como toalhas, roupas, tecidos e materiais manuseados por pessoas com a doença.
As pessoas contaminadas podem transmitir o vírus enquanto durarem os sintomas. Conforme a OMS, qualquer pessoa, independente de localização geográfica, cor da pele ou orientação sexual, pode contrair a varíola dos macacos. É provável que pessoas vacinadas contra a varíola humana tenham certo grau de proteção contra a doença, mas a vacinação foi interrompida após a erradicação da varíola humana na década de 1980.
Como é o tratamento
Os sintomas costumam desaparecer por conta própria na maior parte dos casos. É importante evitar tocar ou coçar as lesões, que podem ser cobertas com curativos úmidos para aliviar a dor e a coceira. O antiviral Tecomivirat, utilizado no tratamento da varíola humana, foi aprovado também para o tratamento da varíola dos macacos.
As vacinas produzidas contra a varíola humana oferecem proteção contra a varíola dos macacos. Elas são a Dryvax, a ACAM2000 e a mais recente Jynneos, mas nenhuma está amplamente disponível.
Como se prevenir
Algumas medidas devem ser adotadas para evitar o contágio da varíola dos macacos:
- Caso vá viajar para uma localidade onde a doença é endêmica, evite contato com animais (vivos ou mortos) como primatas, roedores e marsupiais;
- Higienize as mãos com sabão ou álcool em gel frequentemente;
- Utilize máscara em locais fechados;
- Evite contato direto com pessoas contaminadas e com objetos utilizados por pessoas infectadas.
Caso desenvolva algum sintoma da varíola dos macacos, converse com seu médico ou serviço de saúde imediatamente para obter orientações e, se possível, isole-se e evite contato direto com outras pessoas.