Os perigos dos cigarros eletrônicos e vaporizadores
Os cigarros eletrônicos, vaporizadores ou vapes são itens cada vez mais populares entre os jovens. De acordo com pesquisa realizada pela associação civil Umane, cerca de 20% dos jovens entre 18 e 24 anos no Brasil – ou seja, uma em cada cinco pessoas – utilizam os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF), como são conhecidos […]
Os cigarros eletrônicos, vaporizadores ou vapes são itens cada vez mais populares entre os jovens. De acordo com pesquisa realizada pela associação civil Umane, cerca de 20% dos jovens entre 18 e 24 anos no Brasil – ou seja, uma em cada cinco pessoas – utilizam os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF), como são conhecidos esse tipo de equipamento.
Apesar da alta popularidade entre a população mais jovem, a utilização de cigarros eletrônicos vaporizadores vem crescendo em todas as faixas etárias. Muitas pessoas são atraídas pelos diferentes sabores e aromas e pela crença de que esses dispositivos seriam menos prejudiciais para a saúde em relação ao cigarro tradicional. Tanto que, inicialmente, eles foram publicizados como uma alternativa para quem queria parar de fumar.
Assim, os vapes e cigarros eletrônicos foram atingindo um grande público, desde adolescentes que veem nos dispositivos um instrumento de socialização até pessoas que fumam há muitos anos e acreditam que estão adotando hábitos mais saudáveis ao trocar o tabaco por um cigarro eletrônico.
O problema é que, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os DEFs não são inofensivos, possuem diversas substâncias tóxicas além da nicotina e podem provocar doenças graves e incapacitantes.
Desde 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a venda, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil. Apesar disso, os dispositivos continuam a ser comercializados no país.
Perigo à saúde
Ao contrário do cigarro comum, os dispositivos eletrônicos não precisam de combustão para funcionar. Os cigarros eletrônicos produzem um vapor ou aerossol contendo nicotina e substâncias como o propilenoglicol, formaldeído e a glicerina vegetal, que, quando submetidas a altas temperaturas, formam diversas outras substâncias tóxicas e cancerígenas. Já os vaporizadores aquecem o tabaco picado ou outras ervas secas.
Os aromatizantes utilizados nesses dispositivos também podem ser prejudiciais à saúde, provocando doenças como enfisema pulmonar, dermatites, problemas cardiovasculares e câncer.
Além disso, muitos dispositivos eletrônicos possuem quantidades de nicotina superiores ao cigarro normal, o que aumenta o risco de dependência já a partir do primeiro uso.
Uma das condições mais graves associadas ao uso de vaporizadores é a EVALI, sigla em inglês para designar uma série de doenças pulmonares provocadas pela utilização de cigarro eletrônico ou vaporizador.
Pessoas acometidas pela EVALI podem apresentar sintomas como tosse, falta de ar, febre, palpitações, dor no peito, náusea e vômito, diarreia e fadiga. Os sintomas se desenvolvem ao longo de dias ou semanas e não costumam responder à terapia com antibióticos. Em casos graves, os pacientes podem desenvolver pneumonia e insuficiência respiratória.
O tratamento geralmente é longo e requer internação com a utilização de oxigênio e medicamentos como corticoides, que ajudam a reduzir a inflamação.
De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), desde 2019 vem se verificando um aumento de casos da condição entre jovens.