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Sobrecarga: inimigo da saúde mental das mães

6 de maio de 2022

Acordar no meio da noite com o choro da criança, amamentar, trocar a fralda, dar banho, vigiar constantemente as brincadeiras, acompanhar o rendimento escolar. São inúmeras as tarefas que podem sobrecarregar a mãe após o nascimento e ao longo do crescimento do filho. E esse acúmulo de obrigações, em conjunto com os afazeres domésticos e […]

Sobrecarga: inimigo da saúde mental das mães

Acordar no meio da noite com o choro da criança, amamentar, trocar a fralda, dar banho, vigiar constantemente as brincadeiras, acompanhar o rendimento escolar. São inúmeras as tarefas que podem sobrecarregar a mãe após o nascimento e ao longo do crescimento do filho. E esse acúmulo de obrigações, em conjunto com os afazeres domésticos e as demandas profissionais, podem acabar tendo um efeito negativo sobre a saúde mental materna.

O excesso de preocupações que recai sobre as mães após o nascimento dos filhos sempre existiu, mas foi agravado pela pandemia, já que as crianças passaram a maior parte do tempo em casa sob os cuidados maternos. 

De acordo com pesquisa da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul realizada com mães de todo o Brasil, 83% delas se sentem sobrecarregadas por cuidar dos filhos durante a pandemia. Além disso, das mulheres entrevistadas, 25% apresentaram sintomas de depressão, 26% relataram sinais de ansiedade e 22% de estresse. 

Por isso, é importante que a mãe sempre reserve um tempo para cuidar do seu bem-estar e da sua saúde mental.

Sentimento de culpa é comum em mães sobrecarregadas

A sobrecarga ocorre quando várias atividades estão concentradas somente na mãe: cuidar dos filhos e da casa, acompanhar o rendimento escolar das crianças, manter um relacionamento saudável com o parceiro, fazer compras, cuidar do próprio corpo, etc.

Para além dessas tarefas consideradas “domésticas”, há ainda a preocupação com a vida profissional. O excesso de obrigações em casa e no trabalho e a sensação de falha por não conseguir cumpri-las a tempo podem levar ao desenvolvimento de sentimentos de culpa, insuficiência e fracasso.

Eventualmente, esse ciclo de autoculpabilização provoca uma série de condições que impactam negativamente a saúde mental e, consequentemente, o dia a dia da mulher. Muitas mães têm vergonha, orgulho ou medo de pedir ajuda e acabam desenvolvendo doenças como depressão, ansiedade, síndrome do pânico e outros transtornos mentais. 

Construir rede de apoio é essencial

O principal motivo para a sobrecarga materna é a divisão desigual de tarefas: conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres dedicam aos afazeres domésticos o dobro de horas que os homens. 

Por isso, pais e cuidadores também precisam assumir responsabilidades sobre o cuidado dos filhos e da casa. O casal deve entender que, além de dividir a execução dos trabalhos físicos, a divisão de tarefas engloba também o planejamento conjunto do funcionamento do ambiente doméstico e da criação dos filhos.

Dessa maneira, é importante conversar com o(a) parceiro(a) para que ele ou ela entenda que tomar algumas das obrigações domésticas para si não é um favor, mas uma obrigação. Isso ajuda a criar uma rede de apoio em que todos dividem igualmente as tarefas, e que pode incluir também outras pessoas como os avós, tios e amigos do casal.

É importante destacar que a mulher pode – e deve – pedir ajuda sempre que necessário, mas o companheiro e as outras pessoas ao redor devem ser proativos e propor desde cedo uma divisão igualitária das obrigações. Assim, é possível criar um ambiente saudável e compreensível para todos, evitando que a mãe se sinta sobrecarregada.

Algumas dicas podem ser seguidas pelo casal para evitar a sobrecarga mental materna:

  • Compartilhar o cuidado com a casa e os filhos: sempre que for preciso, as mães devem pedir para que o(a) parceiro(a) assuma a responsabilidade sobre algum aspecto do cuidado com a casa ou os filhos. O ideal é que o casal converse e planeje com antecedência as atribuições de cada um.
  • Construir uma rede de apoio: são comuns as situações em que o casal precisa da ajuda de uma pessoa externa para, por exemplo, cuidar das crianças durante o trabalho. Essa pessoa pode ser um avô, um outro familiar, um profissional ou até mesmo um amigo próximo.
  • Buscar ajuda profissional: quando a mãe hesita em dividir as tarefas domésticas com o(a)  companheiro(a), pode acumular muitas funções e desenvolver algum tipo de transtorno psicológico, como ansiedade e depressão. Nesses casos, é sempre recomendado buscar ajuda profissional, como um psicólogo, para tratar o problema e modificar os comportamentos que o originaram. 

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