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68% dos brasileiros poderão estar com excesso de peso até 2030

11 de março de 2022

O número de pessoas com excesso de peso tem aumentado consideravelmente ao longo dos anos no Brasil. Somente entre 2003 e 2019, a proporção de obesos na população acima de 20 anos mais do que dobrou no país, passando de 12,2% para 26,8%, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde 2019, realizada pelo Instituto […]

68% dos brasileiros poderão estar com excesso de peso até 2030

O número de pessoas com excesso de peso tem aumentado consideravelmente ao longo dos anos no Brasil. Somente entre 2003 e 2019, a proporção de obesos na população acima de 20 anos mais do que dobrou no país, passando de 12,2% para 26,8%, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por isso, não é à toa que projeções afirmam que 68% dos brasileiros poderão estar com excesso de peso até 2030, o que corresponde a sete em cada 10 pessoas. Já a obesidade pode atingir 26% da população geral, ou seja, um a cada quatro indivíduos. 

Os dados alarmantes são do estudo “A Epidemia de Obesidade e as DCNT – Causas, custos e sobrecarga no SUS”, realizado por uma equipe formada por 17 pesquisadores de diversas universidades do Brasil e uma do Chile. Ele mostra ainda que, no Brasil, a prevalência do excesso de peso aumentou de 42,6% em 2006 para 55,4% em 2019 na população, enquanto a obesidade saltou de 11,8% para 20,3% no mesmo período.

A obesidade é uma epidemia que afeta bilhões de pessoas e trata-se de uma doença crônica, recidivante e multifatorial. Por isso, no Dia Mundial da Obesidade, comemorado neste 4 de março, vamos tirar algumas dúvidas sobre essa que já é considerada a segunda principal causa de morte no mundo todo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A obesidade e suas consequências 

A obesidade é uma doença crônica que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura em diferentes partes do corpo. Existem causas diversas para a obesidade, sendo a principal delas a alimentação inadequada ou excessiva. Para que uma pessoa tenha um peso ideal, é preciso que a quantidade de energia gasta durante o dia seja equilibrada com o número de calorias ingeridas.

Além disso, fatores genéticos, onde a pessoa herda a disposição para obesidade; o metabolismo mais lento, que facilita o acúmulo de gordura corporal e dificulta o emagrecimento; o aumento de peso por conta das oscilações hormonais e fatores psicológicos, como a dificuldade de lidar com o estresse ou as frustrações que podem desencadear crises de compulsão alimentar, também são capazes levar um indivíduo à condição. 

Existem algumas maneiras de determinar se uma pessoa está obesa ou não, uma delas é o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), onde o peso do paciente é divido por sua altura elevada ao quadrado. A tabela possui valores para índices abaixo do peso normal, dentro do peso normal, acima do peso, obesidade grau I, obesidade grau II e obesidade grau III. Em conjunto com o IMC, também podem ser utilizados o cálculo da porcentagem de gordura e a medida da circunferência abdominal. 

  • ​​Abaixo do peso: IMC abaixo de 18,5
  • Peso normal: IMC entre 18,5 e 24,9
  • Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9
  • Obesidade Grau I: IMC entre 30 e 34,9
  • Obesidade Grau II: IMC entre 35 e 39,9
  • Obesidade Grau III: IMC acima de 40

Há diferentes tipos de obesidade, sendo a obesidade de grau I considerada obesidade leve, a obesidade de grau II é a obesidade moderada e a obesidade de grau III é a obesidade mórbida. Quanto maior o índice, maiores são as chances do paciente desenvolver doenças como diabetes, hipertensão arterial, apneia do sono, depressão, acúmulo de gordura no fígado, além de problemas cardiovasculares e nas articulações. A obesidade também pode estar associada ao surgimento de alguns tipos de câncer.

Prevenção e tratamento

O excesso de peso ocorre a partir do sobrepeso. Por isso, a obesidade é uma doença que pode ser evitada desde a infância, com a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de atividades físicas ao longo da vida. Conte com a ajuda de profissionais de nutrição e educação física para auxiliar na retomada ou começo de novas rotinas em busca de saúde e bem-estar. 

Quando instalada a obesidade, o paciente necessita de acompanhamento médico contínuo. A doença pode ser tratada através do uso de medicamentos, desde controladores de apetite até os que reduzem a absorção de gordura pelo organismo. Em casos mais graves, a cirurgia bariátrica pode ser indicada, especialmente para quem possui o IMC acima de 35 e tem doenças associadas à obesidade, e para os que têm IMC acima de 40 e não conseguem emagrecer com outros tratamentos. 

Confira algumas recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, que integra a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN):  

  • Tenha uma alimentação com base em alimentos in natura ou minimamente processados, variados e predominantemente de origem vegetal;
  • Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar;
  • Limite o consumo de alimentos processados (conservas, compotas, queijos, pães);
  • Evite o consumo de ultraprocessados;
  • Desenvolva, exercite e partilhe habilidades culinárias, principalmente com crianças e jovens;
  • Planeje a alimentação como um todo, desde a compra e organização dos alimentos até a definição do cardápio e preparo das refeições;
  • Quando estiver fora de casa, prefira comer em locais que sirvam refeições frescas. 
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